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A DOR PRESENTE

Depois da terrível tragédia ocorrida na cidade gaúcha de Santa Maria em que morreram centenas de jovens estudantes universitários

por culpa de um sistema irresponsável no qual se incluem os proprietários da boate “KISS”,que se consideram inocentes,o Corpo de Bombeiros,órgão responsável pela fiscalização das casas noturnas naquela cidade,Prefeitura,etc,todos responsáveis pela liberação ou não dos espaços/armadilhas para a realização de eventos festivos para mais de mil jovens e sem saídas laterais e de fundos,teremos,a partir dessa quarta-feira,o inicio do maior festejo popular do mundo,o carnaval de rua,quando pessoas de todo o mundo se juntam para a maior curtição dos prazeres da carne:dos beijos,abraços,sexo,danças,cantos,da liberação total dos desejos,mas que também traz a dor,a que se faz presente sempre em todos os instantes,até mesmo nos momentos de grande euforia.

No carnaval tudo é permitido, ou se deixa de olhar os fatos que ocorrem à luz do dia nas ruas principais ou nas transversais do circuito carnavalesco

relembrando-nos os festejos da carne na antiga Roma,onde tudo era permitido e tudo se misturava.De qualquer forma,carnaval é vida que segue como mistura de tudo e de todos,como o festival de cores e amores em que a carne de qualquer cor pode ser ou não,a mais barata do mercado,urrando ,então, A DOR PRESENTE:

A dor da minha carne não vem de longe,
é latino-americana e vem como funeral
de jovens e idosos que se vão em desamor!
A dor da minha carne é a que grita
por ter fome com a mesma dor do desencanto
retratando solidão…
A dor da minha carne é a dor dos favelados,
dos moribundos nativos sem carnaval,
sem frisson…
A dor da minha carne pode ser a dor do mundo
sem canto de esperança,sem nada por vir…
A dor da minha carne é a dor que fere a alma,
que come a massa disforme que se avoluma
nas praças buscando salvação…
A dor da minha carne chora sobre o prato
vazio
no meio do dia de pessoas insanas,
em meio às serpentes vadias…
A dor da minha carne é a dor da carne humana
que batuca em tambores que se toca
seja em África,Europa ou na Bahia em calor
pois a dor da carne humana se põe como filosofia
que sangra no dia-a-dia e a quem não se dá valor
pois se perguntado,o homem,sobre a dor
da sua carne,a responder ele diz:
sobre essa nem me fale.
Como se não fosse sua a questão de pelejar
contra a morte diária de gente nua de crença,
de amor e sorte,sem direito a bênção ou redenção
neste mundo de entraves,abismos,profundo corte,
destruição…

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