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A ilegalidade “legal” da mídia desinforma os brasileiros

Os resultados da pesquisa Datafolha sobre os vazamentos dos diálogos de Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato e a suposta maioria que defenderia que é “justa” a prisão de Lula a partir de um processo ilegalmente conduzido, precisam, até que sejam divulgados os dados detalhados, com uma reserva essencial, sob pena de trabalharmos com conclusões falsas.

É que apenas 53% dos entrevistados definem-se como “bem” ou “mais ou menos” informados sobre o que foi revelado, enquanto 37% não tomaram conhecimento e mais 8% se dizem “mal informados”.

Não é exagero, portanto, dizer que quase a metade (47% das pessoas) não formou opinião por, simplesmente, ser composta de pessoas desinformadas do que se descobriu.

Bastaria isso para fazer um libelo condenatório à imprensa brasileira que, em um mês, deu tão pouco destaque à maior crise já enfrentada pela Lava Jato que, um mês depois de ter surgido, teve uma cobertura tão pouco clara e eficaz que um em cada dois brasileiros diz não saber nada ou muito pouco sobre isto.

O pouco que fez – mesmo quando se tratou dos veículos que divulgaram o atropelo da legalidade – foi sempre com a ressalva que não se criticava a lava Jato, que se defendia a operação, que ela era o “o maior golpe contra a corrupção da história”, etc e blá-blá-blá conhecidos.

Como escreveu deste blog, logo em seguida às primeiras notícias, o “Ilegal, e daí”.A hipocrisia do jornalismo ‘lavajatista’

Ou seja, que era “legal”, no sentido de bom, ainda que ilegal quanto a esta bobagem chamada devido processo legal.

Ainda assim, é preciso observar a quantas andam os números para a parcela que tomou conhecimento do caso, que vai se ampliar – e muito – à medida em que as revelações continuem e se agravem, como aconteceu com os trechos publicados pela Veja, cujos efeitos ainda não surgiram na pesquisa.

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