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Alckmin quer ser o novo Aécio, o tucano de Temer

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em Brasília

Geraldo Alckmin, ao prometer ontem que “haverá punição” aos deputados do PSDB  que votarem – se houver  votação – contra a reforma da Previdência, nada mais faz que oferecer o partido, por vantagens, a Michel Temer, tal como fez seu antecessor na presidência dos tucanos, Aécio Neves.

Quer, para sua candidatura, o tempo de televisão do PMDB e da base governista, mostrando o quanto está disposto a assumir do desgaste da defesa das políticas temeristas, embora amenizado pelo fato de que, todos sabem, não deve haver a votação da proposta em fevereiro, pelas mesmas razões que não houve em dezembro.

É provável que, embora com a evidente anemia de sua candidatura, o consiga, porque Henrique Meirelles, que não tem coisa alguma a seu favor, exceto a mídia “mercadista” deve arcar  com os ônus da promessa não entregue de melhorar a drenagem de recursos da Previdência para o rentismo.

Nem a velhinha de Taubaté acha que o PSDB vai punir as duas dezenas de deputados que votariam contra a reforma. Até porque, provavelmente, não a votarão: basta-lhes colocar no Governo a dúvida de que não votarão para que a votação não aconteça.

Ninguém se iluda, só há uma bússola e um relógio na política (para não falar na Justiça): as eleições de 2018.

Sem carisma ou identidade popular, Geraldo Alckmin depende de uma supremacia de propaganda de massa que só Temer e o PMDB podem lhe dar.

Comprá-la, mesmo que ao preço da não-eleição de deputados do PSDB cuja votação será prejudicada pela tunga aos aposentados e aos trabalhadores da ativa, é negócio que lhe interessa.

Como toda “esperteza”, isso poderá cobrar ao “esperto” um preço caro.

Inclusive na eleição paulista, pondo em risco o “ninho”.

Fernando Brito

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