Um estudo realizado pela organização Transparência Internacional divulgado nesta quinta-feira (23/1) revela que o Brasil caiu mais uma posição no ranking mundial de percepção de corrupção no ano de 2019. Os dados mostram que o país não avançou quando se trata de combate à corrupção.
O Brasil recuou no ranking pelo 5º ano consecutivo e passou a ocupar a 106ª posição, com 35 pontos no índice de percepção da corrupção (IPC).
Quanto mais próximo de 0 o país chega, mais ele é considerado desonesto. Aquele que estiver perto de 100 é visto como um dos mais corretos.
O Brasil alcançou os mesmos índices de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e Mongólia. Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia estão nas primeiras posições no ranking e são apontados as nações mais incorruptíveis.
Na América do Sul, o Brasil surge depois de Uruguai, Chile, e Argentina e fica na frente da Bolívia, Paraguai e Venezuela.
O IPC caracteriza e pontua cada país baseado na percepção de quão corrupto os setores públicos são por acadêmicos, investidores, executivos e estudiosos da área de transparência.
Aspectos como desvio de recursos públicos, nepotismo, burocracia excessiva, propina e habilidade das gestões em conter a corrupção são levados em consideração.
O relatório considerou que a dificuldade do combate à corrupção no Brasil são as “interferências políticas” do presidente Bolsonaro em órgãos de controle, como substituições polêmicas na Polícia Federal e Receita Federal e a nomeação de um Procurador-Geral da República fora da lista tríplice.
A paralisação das investigações criminais que usavam dados do Coaf e de outros órgãos responsáveis sem autorização judicial, realizada pelo ministro Dias Toffoli (STF), em julho do ano passado, também foi apontada pelo documento como um retrocesso.
“A ação, praticamente paralisou o sistema de combate à lavagem de dinheiro do país”, diz o relatório. Em novembro, a corte acabou revendo a decisão.
Correio Braziliense