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NEGRO

Podemos assegurar que a história do negro é complexa desde a sua saída de África, escravizado para o Brasil, pelos colonizadores portugueses.

O negro faz parte de um grupo social, que de seu princípio até os dias atuais está desamparado, mesmo com o surgimento de mínimas políticas públicas em seu favor.

As oposições ao negro são reais, infelizmente; e o preconceito, vez por outra congelado, insinua-se sobre os negros como se a cor da pele fosse uma doença transmissível.

Ainda hoje, tristemente, poucos são os diferentes na cor da pele que respeitam a condição de ser negro, de um outro homem, em todos os seus gêneros.

Ao longo de sua história, de sua diáspora, o negro foi buscando, mesmo que lentamente, por conta das dificuldades, a ordem dos seus objetivos na vida, a sua individualidade e a sua conjugação social, descobrindo-se como ser sujeito de sua essência e de sua própria História, descobrindo a sua alma de ser humano e inquietando-se com as adversidades postadas à sua frente em cada período de vida.

O negro, feito escravo acorrentado e mudo e chicoteado nas senzalas vai se mostrando nas suas habilidades nas artes como capoeira, maculelê, sambas-de-roda, nos seus cantos, na Religião, o Candomblé que cultua os Orixás ou Deuses Negros, a culinária muito rica, nos rítmos tocados sob percussões com os palitos retirados da árvore macumba, para bater nos tambores fazendo os anúncios para outros negros e que por desconhecimento outros homens associaram à magia negra.

Tudo transformado em riqueza de corpo e alma legada como cultura, ao mundo, assim como nos esportes populares, na arte teatral, no cinema, na televisão (hoje em dia, é claro), na pintura,escultura, além do desenvolvimento de uma intelectualidade registrada na literatura e nas artes em geral.

Séculos pós escravatura, o negro prossegue na sua luta em prol da própria liberdade do seu ser como direito inalienável, buscando novos caminhos que lhe permita resgatar uma história de homens e mulheres dentro de seu próprio país, o que se transformará em ter direitos, o que será o começo absoluto pois as portas da percepção estando abertas tudo se mostrará ao homem tal qual ele é: infinito em sua grandeza.

O negro de hoje é o homem moderno e raciocina que é o que é hoje porque muitas coisas aconteceram com ele e seus antepassados.

Por pensar na sua história é que as idéias de liberdade, democracia e justiça social têm a mesma abrangência que as de todo mundo, pois o discurso é próprio e pode ser compreendido como capaz que é de por-se em harmonia e em luta com a totalidade do mundo.

O negro é realidade e,como tal,mostra com o passar dos tempos que tem um plano essencial de vida que ultrapassa a velha forma de vê-lo no mundo.

Negro não é fenômeno da sociedade. Negro é o ser humano de possibilidades múltiplas e se apresenta forte e fraco como tantos; belo e feio, como muitos; pobre ou rico; inteligente, astuto, estudioso ou não como outros tantos, mas sendo sempre negro como a flor de amanhecer com a pele negra, com a alma sem cor(essência) e útil e necessário dentro do grupo social em que vive miscigenado ou não, e na sociedade universal, buscando espaço em todos os campos, afinal, negro é um ser de grande dimensão.

Fonte: Cezar Ubaldo

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