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Pela república

Pela Repúblicxa

Aqui me dirijo a todos os brasileiros e brasileiras que possam me escutar.

Gostaria de encontrar as palavras certas para fazer com que cada um de vocês escutasse o que se segue, sem que isso ofendesse ninguém ou despertasse mais ódios ou paixões (que são sentimentos ao mesmo tempo opostos, mas inimigos da razão).

Caminhei pelo Reino das Palavras e encontrei apenas essas que seguem… Caso não tenha êxito na minha mensagem, a responsabilidade é apenas minha.

Vejamos.

Em primeiro lugar, preciso alertar a todos que nossa República está em perigo. Forças estrangeiras, mais especificamente vindas dos países centrais, possuem um plano para tomar nossas riquezas, ocupar nossas bases militares e destruir a nossa unidade nacional.

Nesse turbulento jogo eleitoral, essas forças estão – nesse momento – ao lado do grande capital nacional, dos meios de comunicação de massa, dos setores de alta patente do Exército Brasileiro e apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro.

Todos esses setores econômicos, militares e políticos – incluindo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, General Mourão, etc. – estão sendo enganados e levados a um plano em que todos, absolutamente todos, levarão um enorme golpe internacional.

Caso Jair Bolsonaro vença as eleições teremos uma sociedade dividida e o início de reformas ultra-neoliberais extremamente impopulares. Em menos de cem dias de seu governo, um forte sentimento de arrependimento abaterá os seus milhões de eleitores. Mas esse arrependimento não terá nem canal e nem força para reverter o que se seguirá.

Jogado na impopularidade, o presidente Bolsonaro terá que se valer de mecanismos de supressão das vias democráticas para garantir que a engrenagem do mercado comece a funcionar sob a orientação de suas novas reformas.

Caso não faça isso, será esmagado nas próximas eleições. E Bolsonaro não deseja isso, bem como o mercado.

No momento em que Bolsonaro aprovar sua plataforma de reformas trabalhista, previdenciária e ambiental e iniciar os processos de supressão da democracia, ele terá mordido a isca.

Em um rápido golpe, a comunidade internacional iniciará um processo de isolamento, boicote e denúncia contra o que chamarão de nova “ditadura bolsonarista” no Brasil.

O nosso país sofrerá retaliações da ONU, da OMC, da Unesco e, finalmente, do FMI e do BID… Assim abriremos uma fase de desagregação de nossos fundamentos econômicos…

O agronegócios sofrerá sanções internacionais pelo fato de ferir as leis ambientais internacionais e ameaçar o planeta com a destruição da Amazônia.

Ele será destruído pela concorrência internacional e tudo o que o Brasil exporta será boicotado seja pelas nações centrais, seja por suas respectivas populações.

Assim já fizeram e fazem com dezenas de países da África e do Oriente Médio. O Brasil será o primeiro caso da América Latina.

Com a destruição de nosso setor agro-exportador, teremos um aumento do déficit público e uma brutal desvalorização de nossa moeda.

O Brasil se tornará excepcionalmente barato. Para dialogar com a crise econômica nacional e a rejeição internacional, Bolsonaro e sua equipe econômica acelerará as privatizações de nossas estatais a troco de bananas.

Após um fôlego de algumas semanas, haverá pressão pela internacionalização da Amazônia e a perda de nossa soberania dessa região pelo fato de seu governo não garantir os direitos dos indígenas e do Bioma do Planeta Terra.

A pressão fará o presidente Bolsonaro a se submeter a duas demandas diretas aos EUA: deixar com que essa nação estrangeira estabeleça uma base militar em nosso solo, no Acre; e, que o Brasil se comprometa a entrar em uma guerra com a Venezuela.

Essa guerra não será feita sem a ação intervencionista da Rússia e da China ao lado da Venezuela. O plano antigo dos EUA, de fazer com que a América do Sul se torne em uma região de conflitos como o Oriente Médio, se tornará concretizado.

Essa guerra custará enorme quantidade de nossos recursos econômicos e humanos.

O caos se estabelecerá nas fronteiras e nos grandes centros urbanos. Entraremos em uma guerra civil-social e uma guerra civil-separatista quando os governos de alguns Estados resolverem não enviar Homens e recursos para o conflito externo.

Em 2020 o Brasil estará em Estado de Sítio.

As liberdades serão revogadas, não teremos eleições municipais e alguns governadores de Estado serão depostos.

A ira do povo acompanhará o aumento do custo de vida.

Viveremos um período de inflação com recessão. Grandes movimentos migratórios ocorrerão para o Uruguai, a Argentina e até o Paraguai, além dos EUA e Europa que fecharão suas portas aos brasileiros.

Em 2022 já não teremos mais o Brasil como o concebemos hoje. Seremos um país dividido, sucateado e sem soberania física de extensas regiões da Amazônia.

O grande, o médio e o pequeno empresariado irão todos à bancarrota com a falta de crédito, o empobrecimento geral da população, o boicote internacional e o caos econômico do país.

No final, todos serão enganados. Bolsonaro e sua equipe econômica, o grande capital nacional e o empresariado, os meios de comunicação (que também serão comprados por grandes grupos estrangeiros) e, por fim, o povo brasileiro.

O plano dos países imperialistas não é um “Brasil X” ou um “Brasil Y”. O plano é o “Brasil nenhum”.

O mesmo plano que fizeram para o Iraque, para o Afeganistão, para a Líbia e tantas outras nações que hoje não passam de bandeiras e de sociedades destruídas para sempre.

Resta apenas uma última esperança: você que acabou de ler essas linhas. Principalmente você que está eivado de ódio e que votará em Bolsonaro seja pelas razões que forem. Eu espero sinceramente que você mude e não vote para ele.

Não importa as razões ou falta de razões para se votar no outro candidato. Eu sei que você está muito bem versado no ódio ao outro candidato. Mas, na realidade você não vai votar nele. Você vai votar pela República.

Caso queira, se abstenha ou vote nulo/branco. Mas não vote em Bolsonaro. E… não tenho nenhum pingo de dúvidas – nem mesmo Bolsonaro votaria nele mesmo se tivesse plena consciência do que está por vir e de que ele faz parte de uma armadilha que acabará com ele mesmo.

Mas espero, do fundo do meu coração que você vote. Vote pela República. Vote pelo Brasil. Caso fosse esse voto o número 45, seria esse o número; caso esse número fosse o 12, seria esse o número; mas o destino quis que hoje o número fosse o 13. Vote nesse número.

Faça isso para garantir que no futuro você possa votar em qualquer número que você desejar, inclusive o 17 – quando este estiver mais maduro e consciente do que está por detrás desse momento histórico que vivemos.

Mais uma vez, dessa vez você não estará votando no PT, estará votando na República, votando pelo Brasil, e esse voto é, apenas hoje, o número 13.

CARLOS D’INCAO é historiador

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