Ao menos 16 pessoas morreram em um ataque suicida, seguido de um tiroteio, contra uma empresa nas proximidades do aeroporto de Jalalabad, leste do Afeganistão, ao mesmo tempo que prossegue o diálogo entre Estados Unidos e talibãs.
“O ataque terminou. Os cinco criminosos morreram”, anunciou Attaullah Khogyani, porta-voz da província de Nangarhar, cuja capital é Jalalabad.
Khogyani informou que 16 funcionários da empresa morreram e nove ficaram feridos no ataque.
Um membro do conselho provincial, Ajmal Omar, citou 18 mortos no ataque.
De acordo com os elementos preliminares, a Entire Builders Engineering (eBe), uma empresa afegã de construção, foi o alvo do ataque.
“Homens-bomba armados atacaram e conseguiram entrar no edifício de uma empresa de construção privada. Civis que trabalhavam para a companhia morreram”, afirmou Zabihullah, outro integrante do conselho provincial.
Khogyani afirmou que “dois homens-bomba detonaram seus coletes de explosivos e outros dois foram mortos pelas forças de segurança” antes da entrada no local das forças especiais afegãs.
As autoridades também encontraram um carro-bomba, dois coletes de explosivos e várias minas, de acordo com Khogyani.
O ataque não foi reivindicado até o momento.
O atentado aconteceu no momento em que o governo dos Estados Unidos e os talibãs prosseguem com uma série de discussões em Doha para tentar acabar com o conflito no Afeganistão, iniciado há quase 18 anos.
“Registramos avanços, mas ainda resta muito trabalho”, afirmou na terça-feira o porta-voz da diplomacia americana, Robert Palladino.
O Departamento de Estado americano afirmou que as discussões incluem “quatro pontos vinculados entre eles e que serão parte de qualquer acordo futuro: antiterrorismo, retirada das tropas (americanas), diálogo interafegão e um cessar-fogo”.
“As negociações em curso em Doha avançam passo a passo. Como o tema em estudo é extremamente crucial e delicado, o avanço acontece com cuidado e vigilância”, afirmou no domingo o porta-voz dos talibãs, Zabibullah Mujahid.
O novo ciclo de negociações começou em 25 de fevereiro. No fim de janeiro, as duas partes se encontraram durante seis dias e chegaram a um “rascunho de acordo” sobre a retirada das tropas americanas do Afeganistão e o compromisso dos talibãs de evitar que o país se transforme em uma base para os “terroristas”.
O jornal New York Times informou na semana passada que um plano do Pentágono que previa a retirada das tropas americanas de três a cinco anos foi apresentado nas negociações, o que os talibãs negaram.
Os combates prosseguem diariamente no país.
Na sexta-feira, um ataque reivindicado pelos talibãs contra uma base conjunta dos Estados Unidos e do Afeganistão, no sudoeste do país, deixou pelo menos 23 mortos entre as forças de segurança afegãs. Vinte talibãs morreram na ação.
Jornal do Brasil