A China advertiu nesta quarta-feira (4) que um “preço deve ser pago” depois que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que prevê sanções contra altos funcionários de Pequim pelo tratamento do país à minoria muçulmana uigur.
“Vocês pensam que vamos ficar sem fazer nada enquanto os americanos prejudicam os interesses chineses? Por todas as ações e palavras erradas, o preço adequado deve ser pago”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou na terça-feira (3), por grande maioria, um projeto de lei que pede sanções a altos funcionários chineses da região de Xinjiang (noroeste).
Campos de concentração
Organizações de defesa dos direitos humanos e o governo americano acusam a China de ter internado neste território – vítima durante muitos anos de atentados violentos – quase um milhão de muçulmanos, em particular da etnia uigur, em campos de reeducação política.
O governo chinês rejeita os números e fala de “centros de formação profissional” destinados a ajudar a população local a encontrar emprego e afastar os moradores da tentação do islamismo e do terrorismo.
“É impossível que não tenha impacto nas relações sino-americanas e na cooperação entre os dois países em algumas áreas”, declarou a porta-voz, ao responder uma pergunta sobre as possíveis consequências da votação no Congresso americano para as difíceis negociações comerciais entre os dois países.
Projeção de imagem do rosto
Os chineses estão desenvolvendo uma tecnologia que possibilita que se faça uma projeção do rosto de uma pessoa a partir de amostra de DNA, de acordo com uma reportagem do “New York Times”.
Ao mesmo tempo, o governo tem recolhido amostras de DNA de centenas de muçulmanos do país sem dizer como elas serão usadas.
G1