Tempo - Tutiempo.net

Os EUA que não passam na tevê

LÁ TAMBÉM EXISTE.

São “nortistas”.

Dos Estados Unidos da América do Norte.

Não vêm dos “países de merda” a que Donald Trump se referiu outro dia, falando de nações africanas e latinoamericanas.

Não têm casa, não têm emprego, vivem nas condições em que você vê aí, no vídeo abaixo. E vê, sem barracas de nylon, com papelões velhos, nos quatro cantos do Brasil.

Lá estão nossos “gringos”, tão carentes quanto nós, em todos os 50 Estados da The Stars and Stripes , a bandeira norte-americana, para a qual, outro dia, Jair Bolsonaro bateu continência. Em ordem alfabética, para que não reste dúvida.

Impérios ricos não querem dizer que seu povo seja rico e feliz. Ao contrário, a pobreza e a dominação se reproduzem internamente.

Quem duvidar, leia a autobiografia de Charlie Chaplin, contando sua infância nas “Funabem” do Império Britânico na virada do século 19 para o 20. Se quiser saber da França sem o glamour de Paris, poucos anos antes, leiam o Germinal de Émile Zola, escrito após a vivência de meses do escritor  como mineiro de carvão.

A pobreza não é um determinismo racial ou geográfico, é um mal social. Nós é que nos acostumamos a vê-la negra, mulata, nordestina.

Em 89, acompanhando Leonel Brizola numa carreata em Uruguaiana, numa vila – como chamam por lá as favelas – lembro do meu choque cultural ao ver o velho jipe ser seguido por dúzias de crianças pobres e de rostos sujos, quase todas lourinhas e de olhos claros, como quase nenhum carioca já viu.

A humanidade é uma bandeira universal. É mesmo o nome de nossa espécie: humanos.

Amar o seu país e defendê-lo não é xenofobia, é apenas amar a sua casa e entendê-la como parte de uma rua, de uma cidade, de um mundo.

Elis, maravilhosa, completa o raciocínio.

OUTRAS NOTÍCIAS