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Reino Unido deverá realizar eleições gerais antes do Natal

O líder do Partido Trabalhador, Jeremy Corbyn, em Londres, em imagem em setembro — Foto: Isabel Infantes/AFP

Jeremy Corbyn, o líder da oposição no Reino Unido, disse nesta terça-feira (29) que o seu Partido Trabalhista vai votar a favor de uma nova eleição geral.

O grupo contrário ao primeiro-ministro Boris Johnson só aceitou apoiar a proposta de uma nova eleição depois que a União Europeia prorrogou o prazo final do Brexit em três meses. “Agora ouvimos da União Europeia que a extensão do artigo 50 (saída do bloco) para 31 de janeiro foi confirmada, então, pelos próximos três meses”, afirmou ele.

“Eu disse que nós estaríamos prontos para uma eleição e o nosso apoio depende da exclusão da possibilidade de um Brexit sem acordo”, ele disse aos membros do seu gabinete.

Agora, a chance de uma eleição geral antes do Natal é alta –para isso, é preciso um voto no Parlamento.

“Nós agora vamos começar a campanha mais ambiciosa e mais radical por mudanças reais que o nosso país jamais viu”, afirmou ele.

Corbyn não explicitou, no entanto, se ele vai apoiar a proposta do governo que está no Parlamento.

O dia do voto

Dois partidos, os Liberais Democratas e o SNP (nacionalistas escoceses) pediram eleições no dia 9 de dezembro.

Os dois partidos disseram que isso impediria que Boris Johnson tentasse aprovar seu plano para o Brexit no Parlamento antes de uma votação.

O texto do governo, publicado antes do debate entre os legisladores, coloca como data o dia 12 de dezembro.

De acordo com fontes ouvidas pela BBC, no entanto, eles aceitariam uma eleição no dia 11 de dezembro se essa for a condição da oposição.

Governo sofreu derrota

Na segundapfeira (28), o Parlamento britânico rejeitou pela terceira vez um pedido de Johnson para antecipar eleições gerais. Ele queria que a votação fosse marcada para 12 de dezembro.

O governo teve o apoio de 299 parlamentares, e apenas 70 votaram contra, mas a proposta foi rejeitada porque ele precisava de 434 votos, o equivalente a dois terços dos 650 membros do Parlamento.

Adiamento do Brexit

A União Europeia concordou em adiar a saída do Reino Unido do bloco para 31 de janeiro de 2020, conforme anúncio do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

O bloco agora aguarda aprovação de Londres. Conforme uma lei aprovada pelo Parlamento britânico no mês passado, o Reino Unido é obrigado a aceitar o novo prazo proposto pela União Europeia. O porta-voz do primeiro-ministro, Boris Johnson, afirmou que o premiê vai responder à oferta depois que revisar os detalhes.

Uma vez que haja uma concordância formal pelos britânicos, membros do bloco europeu terão 24 horas para apresentar objeções antes que o acordo entre em vigor.

A data divulgada na segunda-feira (28) é flexível. Se os parlamentares britânicos conseguirem aprovar um acordo para sair do bloco em novembro ou dezembro, o Reino Unido poderá deixar a União Europeia mais cedo – em 1º de dezembro de 2019 ou 1º de janeiro de 2020, respectivamente.

G1

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