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Trump chega ao Vaticano para antecipado encontro com o Papa Francisco

Trump visita Papa no Vaticano.

Depois de visitas oficiais à Arábia Saudita e a Israel, o Presidente norte-americano aterrou em Roma e já está na sede da Igreja Católica para se reunir com o pontífice — dois homens com visões muito diferentes sobre questões como as migrações e as alterações climáticas

O Presidente do Estados Unidos, Donald Trump, chegou esta quarta-feira de manhã ao Vaticano para se encontrar com o Papa Francisco. A reunião com o líder da Igreja Católica é o primeiro ato oficial de Trump na Europa depois de passagens pela Arábia Saudita e por Israel.

O líder norte-americano partiu de Villa Taverna, residência do embaixador dos Estados Unidos em Roma onde a delegação do país esteve alojada, e chegou ao Pátio de São Dâmaso do Vaticano pelas 8h20 locais (7h20 em Lisboa), sob fortes medidas de segurança e acompanhado de uma comitiva presidencial de meia centena de veículos, que integra a primeira-dama Melania Trump, a filha mais velha do Presidente, Ivanka Trump, e o seu marido e genro do Presidente, Jared Kushner.

O encontro antecipado há muito vai juntar dois homens que, à distância, têm manifestado posições muito distintas sobre questões como as migrações e as alterações climáticas. Depois de falar com Francisco, Trump vai encontrar-se com o Presidente italiano Sergio Mattarella, e com o chefe do governo do país Paolo Gentiloni, antes de voar até Bruxelas para uma cimeira da NATO e daí para a Sicília, onde vai participar numa cimeira do G7, na sexta-feira.

Antes de chegar a Roma, ainda em Jerusalém, o líder norte-americano prometeu ajudar os israelitas e os palestinianos a alcançarem a paz. A viagem começou antes disso, com dois dias de encontros oficiais com as autoridades sauditas em Riade durante o fim-de-semana; nessa visita, Trump pediu aos países de maioria muçulmana que liderem o combate à radicalização, antes de firmar um acordo de armas avaliado em 110 mil milhões de dólares (mais de 98 mil milhões de euros) com o reino sunita.

Numa análise ao que está em causa no encontro desta manhã, o correspondente da BBC nos EUA, Jon Sopel, refere que “é difícil imaginar duas personalidades mais contrastantes que a do Papa e a do Presidente Trump”. De um lado, “o jesuíta que fez sua missão defender os pobres”. Do outro, “o promotor imobiliário que defende o enriquecimento e que se rodeou de multimilionários no seu governo”.

De um lado o Papa “das pontes”, que tem defendido publicamente o acolhimento de refugiados de guerra e de migrantes na Europa; do outro um Presidente que defende a construção de um muro na fronteira com o México e que, assim que chegou ao poder em janeiro, promulgou decretos para impedir a entrada de refugiados e de imigrantes de alguns países de maioria muçulmana nos EUA.

Apesar de nunca se terem conhecido pessoalmente, os dois homens já demonstraram as suas divergências nos últimos meses. Durante a campanha eleitoral norte-americana, numa visita à fronteira dos EUA com o México, Francisco referiu que aqueles que só pensam em construir muros em vez de pontes não são cristãos. Trump reagiu ao comentário com irritação, acusando o pontífice de ser um peão do governo mexicano.

JOANA AZEVEDO VIANA

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