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Deputados não podem adiar votação de denúncia contra Temer, diz Maia

Michel Temer e Rodrigo Maia

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, disse nesta sexta-feira (28) que os deputados não podem adiar a votação da denúncia contra Michel Temer. Os aliados do presidente continuam afinando as estratégias para quarta-feira (2).

Dia mais vazio no Planalto nesta sexta-feira. O presidente reservou a manhã inteira para despachos internos. No início da tarde, Michel Temer seguiu para a base aérea, onde embarcou para São Paulo.

Não sem, antes, deixar dois vídeos gravados. O primeiro, sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autorizou o envio de tropas federais para o Rio de Janeiro. O segundo, comemorando a redução no índice de desemprego.

Temer e seus aliados deixaram Brasília. Mas não a preocupação com o que vai acontecer na semana que vem. Para todos os efeitos, o jantar desta quinta-feira (27), no Jaburu, foi uma espécie de confraternização. Estiveram ministros, parlamentares e líderes aliados. Entre eles, o deputado Paulo Abi-Ackel, do PSDB, relator do parecer contrário à denúncia de corrupção que Temer enfrenta na Câmara.

Quem participou do jantar diz que só conversaram amenidades. A discussão mesmo sobre a estratégia para o dia 2 de agosto havia sido antes, num petit comité com o ministro Eliseu Padilha, que não esteve no jantar. Padilha propôs empurrar a votação mais pra frente. Mas nem todos concordaram.

Tanto que ficou acertado que os quatro ministros parlamentares deverão reassumir seus mandatos para a batalha em plenário. O próprio Temer diz que tecnicamente a denúncia já foi discutida na CCJ, e que agora tem ser feito o debate político.

A ordem é falar pouco sobre a estratégia, parar de dar números. Os aliados vinham afirmando já ter 280 votos, mais ou menos 55 indecisos. Para garantir votação são necessários 342 presentes. A oposição desafia o governo a botar seu time em campo.

“A regra é clara: são necessários 342 parlamentares para o jogo começar. Cabe ao governo que tem a maioria colocar esse número no plenário.se o governo não colocar o governo será derrotado. A oposição vai estar na boca do vestuário pronto pra entrar. Se tiver jogo, nós vamos jogar pra derrotar o presidente”, disse o deputado Danilo Cabral (PSB-PE).

Os articuladores do governo se reúnem com Temer no domingo (30). Vão refazer contas, intensificar telefonemas e o corpo a corpo. Os ministros receberam ofício da Casa Civil, pedindo a todos para “concentrarem suas agendas em Brasília no período de 1º a 10 de agosto”. É a mobilização para encher o plenário.

“Terça e quarta-feira vai ser o olho-no-olho para definir o apoio dos indecisos muito mais”, disse o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Oposição e governo trabalham com a indefinição sobre a votação do dia 2. O governo diz que ganha, mas pra isso depende da presença dos contrários. O presidente da Câmara alerta sobre a necessidade de resolver logo a questão.

“Respeitando a opinião de cada um, eu acho que é muito grave que o brasil, que a Câmara não tome uma decisão, que seja para aprovar ou não, aí é uma decisão de cada deputado, o que a gente não pode é deixar o paciente no centro cirúrgico com a barriga aberta”, disse.

Maia aposta que haverá quórum para a votação na próxima quarta-feira.

“Eu tenho certeza que haverá quórum na quarta-feira, a oposição tem os seus votos, tem o seu trabalho, mas eu acho que aqueles que são dos partidos da base e votarão a favor da abertura da denúncia, eles não teriam motivo para obstruir a votação. Então haverá quórum quando o quórum for atingido, a oposição vai ao plenário e nós teremos uma votação, na minha opinião, acima de 480 na quarta-feira”, disse.

Jornal Nacional

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