O Palácio do Planalto espera fazer o primeiro teste para formação de maioria por projetos específicos com a votação da proposta de reforma da Previdência. Nesta semana, o próprio presidente Jair Bolsonaro deve retomar o contato pessoal com presidentes de partidos com uma nova rodada de conversas com essas lideranças.
Na última sexta-feira (5), Bolsonaro já havia sinalizado no café da manhã com jornalistas que buscaria formar maiorias para aprovação de projetos específicos no Congresso Nacional. Essa seria uma forma de substituir a negociação direta com as chamadas bancadas temáticas.
De forma reservada, já há o reconhecimento de que as bancadas temáticas não conseguiram produzir a governabilidade esperada. Na transição, Bolsonaro não negociou com partido para formar o primeiro escalão, mas indicou para algumas pastas nomes ligados às bancadas como Tereza Cristina para o Ministério da Agricultura e Luiz Henrique Mandetta para o Ministério da Saúde. Os dois tinham respaldo das bancadas ruralistas e da saúde.
Para parlamentares, esse tipo de negociação por projeto específico pode criar dificuldade em pautas futuras, pois o governo não vai conseguir fidelizar a sua base aliada.
“O ideal seria formar uma base de apoio permanente”, observou um líder com duas décadas de atuação no Congresso.
Gerson Camarotti