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Líderes falam em deixar votação da Reforma da Previdência para dezembro por falta de votos

Planalto adia definição de data para votação da reforma da Previdência

Primeiro, a meta era votar no dia 6 de dezembro o primeiro turno da reforma da Previdência Social na Câmara dos Deputados. Depois, a nova data-tentativa passou a ser dia 13. Agora, líderes já falam em votar apenas no dia 19 de dezembro, na última semana antes do recesso do Legislativo. Motivo: o governo ainda não tem os votos necessários.

Na manhã desta quinta-feira (7) – dia seguinte ao jantar oferecido à base aliada no Palácio da Alvorada para recontar os votos – líderes comentavam na Câmara dos Deputados que a situação melhorou para aprovar a reforma da Previdência, mas o governo ainda está longe dos 308 votos necessários para aprovar a medida em primeiro turno.

“Talvez, tenhamos de nos dedicar a mais conversas para chegarmos aos números necessários. Na semana que vem, está complicado. Podemos buscar votar no dia 19 de dezembro, quebrar os prazos entre um turno e outro e votar o segundo no dia 21 de dezembro”, disse o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL).

Em suas contas, o mapa do partido indica que até 42 dos 46 integrantes da bancada do PP podem votar a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“Mas ainda precisamos fazer os últimos acertos. Não só no PP, mas também em outras bancadas”, acrescentou Lira.

Líder do PR, o deputado José Rocha (BA) também foi na mesma linha. “A situação melhorou, de fato, em todas as bancadas, mas ainda faltam votos, precisamos de mais tempo para atingir os votos necessários”, ponderou Rocha.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu ao Blog que ainda “está difícil” atingir os 308 votos para aprovar a reforma, mas insistiu que não vai desistir de tentar aprovar as mudanças nas regras previdenciárias.

“Ela é importante para o futuro do país, para as futuras gerações, para evitar a retirada de recursos de áreas sociais para pagar aposentadorias. As pessoas precisam compreender isso”, afirmou Maia, acrescentando que vai tentar votor a PEC até o último dia do recesso do Legislativo.

Na avaliação de líderes governistas, o governo Temer não deveria ficar na indefinição sobre a votação da reforma da Previdência. O ideal seria decidir até o final desta semana se a proposta será ou não votada neste ano.

Caso contrário, se entrar a próxima semana ainda tentando votar a medida, o risco é de o governo não conseguir aprovar nem a reforma da Previdência nem os projetos de ajuste fiscal, que estão praticamente parados no Congresso Nacional.

Algo para o que a equipe econômica vem alertando e mandando o recado ao Congresso. Na linha de que, sem a aprovação das medidas do ajuste fiscal, o governo terá de fazer um corte de, no mínimo, R$ 21 bilhões no Orçamento do próximo ano.

Valdo Cruz

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