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Dia Nacional do Livro Infantil

Dia Nacional do Livro é marcado por comemorações e desafios em Juiz de Fora

Escritoras de Juiz de Fora que se dedicam à criação de histórias para crianças celebram com mais carinho o Dia Nacional do Livro Infantil, nesta quarta-feira (18).
Para celebrar a data, que resgata o aniversário do escritor Monteiro Lobato, elas contam as próprias histórias de determinação, criatividade e a satisfação em escrever para os pequenos e pequenas, influenciando, assim, para a formação do gosto pela leitura.

‘Resolvi fazer por minha conta e risco’, diz Magda Trece

“Eu gosto muito porque ela é da minha escola e todo dia a gente vai na biblioteca dela”, disse Mariana Pereira, de 6 anos. “Quando estou lendo, parece que eu estou vendo as imagens, só que na minha cabeça”, comentou Geovana Guedes, de 6 anos.
As duas meninas estudam na mesma escola onde trabalha a pedagoga, auxiliar de biblioteca e escritora Magda Trece. A vida dela mudou, curiosamente, em uma comemoração do Dia Nacional do Livro Infantil há dez anos.

“Eu chamei uma professora para encenar comigo, a gente apresentou no Dia do Livro e uma criança disse que queria pegar o livro amarelo. Só que não existia o livro amarelo. Uma pessoa me orientou para entrar na Lei Murilo Mendes e lançar. Eu falei ‘ah, não é real, não! Isso não vai acontecer!’ E aconteceu”, contou.
Depois de “O Livro Amarelo”, vieram “Jogo das Profissões” e as decepções. “Eu tive muita dificuldade para vender. Aí me deu uma queda e eu parei um pouquinho. Essa dificuldade de entrar nas escolas, essa aceitação do autor local, do escritor local”, lembrou.
A “Vó Filó” foi a prova que Magda Trece teve de que valia a pena insistir no sonho de escrever para crianças.

“Tentei a Lei [Murilo Mendes] novamente com a ‘Vó Filó’ e não passou. Mas eu não desisti. Era um projeto bom, eu acreditei nela, vou tentar. Resolvi fazer por minha conta e risco e foi um presente”, comemorou a escritora, destacando que, em quatro meses, foram quatro mil exemplares vendidos.

Após três livros com a Vó Filó, Magda Trece lança nesta quarta (18) “Nasce Uma Estrela”. A obra conta a história de uma estrela que criou uma corrente do bem e tudo que ela tocava se transformava no bem. O lançamento será no teatro do Colégio Santos Anjos, às 17h45.

De contadora à escritora.

Com 30 anos de trabalho na educação infantil, a escritora Marisélia de Souza se viu inspirada a criar suas próprias histórias voltadas para este universo.
“Eu sempre trabalhei com educação infantil, onde o que a gente mais faz é contar histórias, é o que mais encanta as crianças. Além de ler os outros autores, comecei a escrever também”, afirmou.
Há dez anos, ela lançou “Bolas Ora Bolas”. Ela também tentou a Lei Murilo Mendes com “O Sonho da Galinha Garnizé” e depois com “Juiz de Fora ao Luar”, que não foram aprovados. No entanto, as propostas para “Um presente para o galo José”, “O casamento do galo josé” e “O sequestro do galo José” foram aceitas.

Além da busca por apoio e visibilidade, ela lembra a quem quer seguir pelo caminho da escrita que nada acontece da noite para o dia.

“Inventar a sua história é muito gostoso, é fácil. Passar para o papel tem todo um processo. Tem que dar para alguém conferir seu texto, diagramador… São vários tempos para desenvolver, até chegar a uma editora ou a uma gráfica. É um tempo que você leva, tem que se dedicar e tem um preço bem alto”, ressaltou.

Neste mês, Marisélia de Souza está divulgando o novo livro “Dante, o elefante comediante”. O protagonista descobre a vocação ao contar piadas para alegrar duas amigas que estavam com dor. E é no encontro com o público que a autora encontra a inspiração para seguir criando.
“Quando eu vou apresentar as minhas histórias nas escolas e nas feiras de livros, vejo os olhinhos deles brilhando. Escutar uma criança falando ‘Quando eu chegar em casa, também vou fazer a minha história’, isso, para mim, vale tudo!”, comentou.

 

G1

 

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