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A derrota semiótica do golpe

Não deixa de ser irônico assistir à mídia golpista ser obrigada a noticiar o sucesso das aulas sobre o golpe.

Isso mostra uma coisa. O trabalho de informação e denúncia vale sim.

O golpe está sendo combatido com a mesma arma com que ele foi feito: semiótica.

Com 850 inscritos no ‘curso do golpe’, Unicamp vai disponibilizar aulas em vídeo

Alta procura fez Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) reservar mais salas. Aulas começam na segunda-feira (12), a partir das 17h.

O Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebeu 850 inscrições para o curso livre “O Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, para discutir o impeachment da ex-presidente da República Dilma Rouseff (PT), em 2016.

Por conta da alta procura, a instituição decidiu disponibilizar as aulas em vídeo. No entanto, quem participar da atividade pela internet não vai receber o certificado.

A instituição ainda vai detalhar como os interessados vão poder assistir às atividades pela internet.

Os professores convidados irão ministrar 30 aulas, que começam na próxima segunda-feira (12). Ao longo das 15 semanas de estudo, sempre as segundas e as terça-feiras das 17h às 19h, serão abordados temas como a “caracterização de golpe de Estado na teoria política”, “fragilidade da democracia no Brasil”, “sindicalismo diante do golpe” e “devastação do trabalho na era Temer”.

Os 850 inscritos poderão participar do curso presencialmente, já que a universidade disponibilizou mais aulas por conta da alta demanda.

A ideia surgiu após a Universidade de Brasília (UnB) anunciar a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” como parte da grade curricular do curso de ciência política.

Foram ofertadas 50 vagas para a matéria e 40 delas foram preenchidas pelos alunos da graduação. Na época, a universidade chegou a receber críticas do ministro da Educação, Mendonça Filho.

Wagner Romão, chefe do Departamento de Política da Unicamp, destacou que o curso terá o mesmo foco proposto pela UnB apesar de abordar também ações do governo federal, inclusive no que se refere à segurança pública e as eleições gerais.

O conteúdo vai ser um pouco distinto, tratando daquele contexto de 2016, tratando das políticas publicas e ações do atual governo Michel Temer.

Segundo Romão, a proposta tem apoio de ao menos 20 docentes e nasceu em solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel, que ministrará o curso na UnB e participará como convidado em algumas aulas da Unicamp.

Miguel do Rosário

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