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Burradas de Bolsonaro assustam seus aliados

Desde que foi eleito, Bolsonaro produziu burradas e anunciou e recuou de medidas sem parar.

Além disso, meteu-se em um barulhento escândalo de corrupção e adotou para a sua turma uma leniência que nega aos adversários. Mas o pior é que, segundo o Datafolha, a maioria do povo é contra quase tudo o que ele propõe. Por isso, seus aliados estão em pânico.

Segundo a Folha de São Paulo, “A sequência de informações desencontradas, recuos e notícias desfavoráveis a integrantes do governo de Jair Bolsonaro assustou dirigentes de legendas que estão alinhadas à nova gestão”

Os aliados de um presidente que já vem sendo chamado de “Burronaro” acham que ele e sua equipe vêm “abusando do direito de errar” e que “ou o presidente dá logo, um freio de arrumação em sua casa, ou pode encontrar na volta do recesso um Congresso hostil e disposto a apostar na desorganização para extrair vantagens”.

Mais ou menos como aconteceu com Dilma no primeiro ano do seu segundo mandato.

E para quem pensa que se trata de “perseguição”, basta conferir coisas que ocorreram nos poucos dias de mandato que Bolsonaro acumula – nove dias, para sermos precisos.

1 – O presidente anunciou aumento do IOF, revisão da tabela do imposto de renda e uma idade mínima para a reforma da Previdência. Foi desmentido pela sua própria equipe.

2 – Depois, o anúncio de que o Brasil poderia abrigar uma base militar norte americana foi deixado de lado após os militares puxarem a orelha do presidente, mostrando quem é que, de fato, está mandando no país.

3 – E, após duas reuniões ministeriais, nada de metas de governo.

Na verdade, só há uma medida que Bolsonaro tomou de fato: politicagem mesclada com masturbação ideológica.

Mas a grande novidade está em pesquisa Datafolha recém-publicada que foi objeto de editorial do jornal que controla esse instituto de pesquisa, a Folha de São Paulo.

Sob o título “Agenda de conflitos”, o jornal explica por que Bolsonaro vai entrar rapidamente em choque com seu eleitorado.

Vale ler um trecho do editorial que relata a pesquisa Datafolha:

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cultiva afinidades ideológicas com (…) Donald Trump (…) Dois terços dos brasileiros, entretanto, discordam de privilegiar os EUA na diplomacia.

O presidente se elegeu prometendo, por exemplo, uma marcha a ré no que considera uma pregação marxista, antirreligiosa e sexualizada no ensino brasileiro.

Essa é a motivação do movimento Escola sem Partido, apoiado pela bancada (…)

A maioria dos brasileiros desaprova esse retrocesso sectário.

Nada menos que 71% deles concordam que assuntos políticos devem seguir em debate nas classes. Também prepondera a opinião de quem deseja que a educação sexual permaneça no ensino: 54%.

Carece ainda de apoio na população a liberação da posse de armas de fogo no país. Em realidade aumentou o contingente refratário, de 55%, em outubro de 2018, para 61% dos ouvidos pelo instituto.

Por outro lado, e com boa dose de realismo, 49% avaliam que a saúde pública vai piorar com a saída dos médicos cubanos (…)

Como se vê, a parcela majoritária da sociedade que votou em Bolsonaro, votou sem saber o que estava fazendo, pois nada disso que ele pretende fazer foi omitido na campanha eleitoral.

Apenas, ele disse essas coisas em entrevistas com jornalistas que seu eleitorado não assistia porque ele o distraia com palhaçadas antipetistas.

Quando esse povo descobrir o que Bolsonaro pretende, o bicho vai pegar.

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