Tempo - Tutiempo.net

Compositor Flávio Henrique morre vítima de febre amarela em BH

Febre Amarela mata o compositor Fabio Henrique

O compositor Flávio Henrique, 49 anos, morreu em decorrência de complicações por febre amarela às 7h30 desta quinta-feira (18), de acordo com o Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, e a Secretaria de Estado de Cultura.

Ele estava internado desde a quinta-feira (11), quando deu entrada com estado febril.

Flávio Henrique era presidente da Empresa Mineira de Comunicação, órgão do governo responsável pela Rádio Inconfidência e pela Rede Minas. Ele deixa a mulher e uma filha.

Também músico e produtor, integrava o Quarteto Cobra Coral, tinha mais de 180 músicas gravadas e foi parceiro de nomes como Paulo César Pinheiro, Chico Amaral, Milton Nascimento e Toninho Horta. Em sua carreira, lançou oito CDs autorais e um DVD, e o último trabalho é o CD “Zelig”, de 2012.

Desde o fim de semana, Flávio Henrique estava no Centro de Terapia Intensiva (CTI) com quadro clínico grave.

Durante a internação, bastante abalada, a família preferiu não dar entrevista.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o músico contraiu a doença em Brumadinho.

A cidade decretou situação de emergência no dia 12 de janeiro. De acordo com a SES, já há dois casos confirmados da doença no município e outros quatro estão em investigação.

No fim do ano, o músico esteve em outra cidade da Região Metropolitana, onde tem casa, mas não há informações sobre o local da contaminação por febre amarela.

O corpo de Flávio Henrique será velado nesta quinta-feira (18) a partir das 17h30, na Sala Minas Gerais.

O sepultamento está previsto para esta sexta-feira (19) no Cemitério Parque da Colina. A cerimônia será restrita a familiares e amigos.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), divulgou um vídeo no Facebook onde falou sobre a amizade com Flavio Henrique.

Os secretários de Estado de Saúde e de Cultural divulgaram notas de pesar pela morte do artista.

O último balanço da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado nesta quarta-feira (17), informa 22 casos confirmados de febre amarela silvestre em Minas Gerais desde dezembro de 2017, sendo que 15 deles levaram os pacientes à morte. Outros 46 casos continuavam em investigação pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Em 2012, Flávio Henrique fez sucesso em Belo Horizonte com a marchinha de carnaval “Na coxinha da madrasta”. A música era uma crítica à contratação de um buffet pela Câmara Municipal de Belo Horizonte que seria da madrasta do vereador Léo Burguês (PSL).
A música foi ganhadora do concurso de marchinhas do Baile da Banda Mole, e virou hit na capital mineira. Polêmica, a canção despertou risos e incômodo.
“Não sei se é ladrão/Pervertido ou pederasta/Tem gente metendo a mão/Na coxinha da madrasta/Milhares de reais por mês/Pro lanchinho do burguês/Milhares de reais por mês/ Pro lanchinho do burguês/O nosso dinheiro ele gasta/Na cozinha da madrasta”.
À época, o vereador disse que o departamento de compras da câmara tinha feito a compra e que, assim que tomou conhecimento, mandou suspender o contrato com o buffet.

Alex Araújo e Flávia Cristini

OUTRAS NOTÍCIAS