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Não entro em guerra comercial, Brasil negocia com o mundo todo, diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Xi Jinping: Bolsonaro afirmou que o Brasil está fazendo seu dever de casa para se tornar um mercado (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (14), ao ser questionado sobre críticas de líderes do Brics ao protecionismo nas relações comerciais, que não entra em “guerra comercial” e que o Brasil “faz comércio com o mundo tudo”.

Bolsonaro deu a declaração ao sair do Palácio da Alvorada, antes de seguir para o Palácio Itamaraty, onde receberá os demais chefes de governo do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro de cúpula do bloco ocorre em Brasília.

Em rápida conversa com jornalistas, Bolsonaro foi perguntado sobre críticas ao protecionismo feitas pelos presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, durante fórum empresarial do Brics, na quarta-feira (13).

“Não entro nessa guerra comercial. Brasil faz comércio com o mundo tudo. Queremos o bem do nosso povo através desse tipo de relacionamento”, disse Bolsonaro, que é fã declarado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Sem citar diretamente o governo norte-americano, que trava uma guerra comercial com a China, Xi Jinping afirmou na quarta que o momento é de “grandes transformações” em todo o mundo, o que, para ele, gera “inúmeras oportunidades, mas também desafios”.

O presidente chinês disse ainda, diante de uma plateia de empresários e autoridades, que o “crescente protecionismo” e “ameaças no mundo”, sociais e econômicas, podem comprometer o comércio internacional e o investimento, levando a uma “desaceleração” na economia mundial.

“Temos que enfrentar as dificuldades que estão a comprometer nosso desenvolvimento econômico, propor novos caminhos para nossa indústria”, afirmou.

Segundo Xi Jinping, a China vai “abrir ainda mais o seu mercado”. Já o presidente russo declarou que a economia global “continua complexa” e deve cair em 2019 ao menor nível de crescimento nos últimos dez anos.

“Temos visto crescimento de atitudes protecionistas, de problemas alfandegários, e os países do Brics têm que se esforçar para não se deixar abater por essas coisas. Temos que manter o nível de vida de nossas populações e até aumentá-lo”, argumentou.

Brics

Antes de seguir para o Itamaraty, Bolsonaro fez um balanço do primeiro dia de atividades do encontro do Brics. Na quarta, ele teve reuniões bilaterais com Xi Jinping e com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e participou ao lado dos demais líderes do bloco do fórum empresarial e de um jantar.

Segundo Bolsonaro, o balanço “é muito bom” e parece uma “reunião de velhos amigos”. Na quarta-feira, ele defendeu ampliar as relações comerciais com os países do bloco.

 Guilherme Mazui

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