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Pronunciamento isola Bolsonaro. Insatisfação com presidente aumenta entre políticos

Brasil na escuridão com Bolsonaro

A escuridão do governo Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contrariou todas as recomendações sanitárias e as experiências de outros países diante da pandemia causada pela covid-19, em um pronunciamento, nesta terça-feira (24) feito em rede nacional de rádio e televisão.

Em resposta, governadores, líderes de partidos no Congresso Nacional e os presidentes das casas legislativas criticaram o posicionamento do presidente e o tom de impeachment começa a ganhar força entre diferentes espectros políticos.

Durante o pronunciamento, o capitão reformado pediu para a população brasileira que volte à normalidade, mesmo com cerca de 360 mil casos confirmados e 16 mil mortes decorrentes do novo coronavírus em todo o mundo.

Enquanto falava em rede nacional, o Brasil registrava 2.201 casos confirmados e 46 mortes.

Um relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) obtido pelo The Intercept Brasil faz uma projeção de que o número de mortes pode chegar a 5.571 em apenas duas semanas.

Bolsonaro voltou a falar em “histeria”, “gripezinha” e criticou prefeitos e governadores que optaram pelo fechamento de escolas e do comércio a fim de frear o avanço da contaminação.

“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transporte, o fechamento de comércio e o confinamento em massa”, disse.

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi um dos primeiros a se manifestar publicamente após o pronunciamento. Em nota assinada junto com o vice-presidente do Senado Federal, Antonio Anastasia (PSD-MG), classificaram como “grave” a fala do presidente da República e afirmaram que o país precisa “de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população”.

“Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais”, declaram Alcolumbre e Anastasia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), parabenizou o posicionamento de Alcolumbre e afirmou nas redes sociais que o “pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública” e avisou que desde o início da crise “vem pedindo sensatez, equilíbrio e união”.

“O momento exige que o governo federal reconheça o esforço de todos – governadores, prefeitos e profissionais de saúde – e adote medidas objetivas de apoio emergencial para conter o vírus e aos empresários e empregados prejudicados pelo isolamento social”, afirmou Maia.

Rodrigo Maia
✔@RodrigoMaia

Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública.
Rodrigo Maia

✔@RodrigoMaia

O momento exige que o governo federal reconheça o esforço de todos – governadores, prefeitos e profissionais de saúde – e adote medidas objetivas de apoio emergencial para conter o vírus e aos empresários e empregados prejudicados pelo isolamento social.

Caroline Oliveira

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