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Humilhado em público, Moro deixa para Bolsonaro o ônus de demiti-lo

Não adianta se zangar quem manda é Bolsonaro

O ministro da Justiça, Sergio Moro, deve aguentar calado derrotas e desautorizações públicas a que vem sendo submetido pelo presidente Jair Bolsonaro.

O chefe do Executivo terá que assumir o desgaste de demitir o ministro mais popular da Esplanada se quiser ver Moro fora do governo e, claro, explicar os motivos da demissão.

Quem diz isso são pessoas que convivem com o ministro.

Ontem, Bolsonaro humilhou Moro publicamente, ao deixar claro que vai interferir na Polícia Federal e em outros órgãos de combate à corrupção.

O interesse de Bolsonaro é blindar a si e ao clã presidencial em relação ao caso Queiroz.

O presidente demonstrou mais uma vez que vai interferir na Polícia Federal e ameaçou demitir o diretor-geral Maurício Valeixo, que foi indicado por Sérgio Moro, ameaçando abrir uma nova crise que poderá resultar na saída do governo do ex-juiz e atual ministro da Justiça.

Se eu trocar hoje, qual o problema? Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei. Eu que indico, e não o Sérgio Moro ministro da Justiça. E ponto final. Sacramentou o presidente.

Qual o problema se eu trocar hoje ele? Me responda”, disse Bolsonaro à imprensa na quinta-feira (22).

A declaração de Bolsonaro vem em meio aos questionamentos acerca da troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro, anunciada por ele neste mês.

A substituição foi vista como uma tentativa de abafar o caso Queiroz, na qual o senador Flávio Bolsonaro, também está entre os investigados.

“Agora há uma onda terrível sobre superintendência. Onze foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de um Estado para ir para lá, “está interferindo”. Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral. Aí é… Não se discute isso aí”, disse.

“Se eu for trocar diretor-geral, ministro, o que for, a gente faz na hora certa.

Não pretendo trocar ninguém, por enquanto está tudo bem no governo.

Agora, quando há uma coisa errada, chamo, converso e tento botar na linha”, emendou

Ainda segundo Bolsonaro, a decisão de manter ou não o subordinado compete a ele.

”É decisão minha, a hora que eu achar correto. Se é para não ter interferência, o diretor anterior, que é o que estava lá com o Temer, tinha que ser mantido. Ou a PF agora é algo independente?

A PF orgulha a todos nós, e a renovação é salutar, é saudável”, comentou.

 

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