O advogado Alberto Toron, que representa João de Deus, disse na manhã deste sábado (15), ao G1, que o médium irá se entregar à Polícia Civil, mas evitou falar sobre quando ou onde isso irá ocorrer.
A Justiça decretou a prisão preventiva do líder espiritual por conta de mais de 300 denúncias de abuso sexual feitas por mulheres que o procuraram para receber atendimento.
João de Deus sempre negou as acusações.
O que a defesa pode te falar com certeza é que João de Deus se apresentará, mas não posso dizer quando e nem onde”, disse o advogado.
À TV Globo, quando questionado se João de Deus se apresentaria em Goias, ele disse: “Eu preciso pensar.
Mas, a princípio, em Goiás. Talvez não no prazo, mas em respeito a ordem do juiz”
À TV Anhanguera, o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, havia dito que o médium tem que se entregar até as 12h de sábado (15) para que não seja considerado foragido.
Porém, uma agente do plantão da polícia informou que a corporação o espera até pelo menos às 14h.
Fernandes também destacou que, até a noite de sexta-feira (14), os policiais já tinham procurado João de Deus em mais de 20 endereços, mas não tinham encontrando-o.
O G1 tentou um novo contato com o delegado nesta manhã, mas as ligações não foram atendidas.
A força-tarefa do Ministério Público divulgou que já recebeu 335 mensagens e contatos por telefones de mulheres que denunciam o médium por abuso sexual.
Os relatos chegaram de pessoas de seis países diferentes, além de 13 estados do Brasil e o Distrito Federal.
O advogado de defesa, Alberto Toron, já havia dito que teve acesso à decisão de prisão apenas no início da noite de sexta-feira (14) e que vai pedir um habeas corpus.
Além disso, afirmou que apenas alguns depoimentos de poucas vítimas acompanham o pedido de prisão preventiva e que não há o nome das mulheres que denunciaram os casos.
Última visita à Casa
Na manhã de quarta-feira, João de Deus compareceu à Casa Dom Inácio de Loyola, onde realiza os trabalhos espirituais, pela primeira vez desde que as denúncias vieram à tona.
Durante os poucos minutos que ficou no local, ele disse que era inocente e que confiava na Justiça de Deus e dos homens.
“Meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira.
João de Deus ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco”, diz João de Deus.
A assessora de imprensa do religioso, Edna Gomes, afirmou, após as declarações, que o médium era inocente, mas que as denúncias eram graves e deveriam ser apuradas.
Sílvio Túlio e Letícia Vidica