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Renuncie, Presidente!

O coisa

No Brasil, é desolador o ofício de historiador. Praticamente impossível o de crítico. Sofrido o de jornalista. Agoniante o de médico, quando o hospital se transforma na antessala do inferno, dentro da mais absoluta normalidade e legalidade. Perdemos a maior das nossas inocências, a de que somos todos humanos.

Os sucessivos governos nos detestam. Cidadanias são mutiladas à luz do dia, sem freios ou constrangimentos. Há centenas de anos, recursos estatais são gastos com pobres, miseráveis, velhos, jovens e crianças para que tenham o que merecem: a interrupção da vida como prêmio.

O Estado brasileiro já foi gestado por imperador, general, médico, sociólogo, metalúrgico, economista, professor e agora por um ex-capitão do exército. Todos esses mandatários – à direita ou à esquerda, no centro ou nos extremos – sempre foram tão autoritários e arrogantes quanto os seus piores adversários.

Na terça (24/03), o atual presidente decidiu atiçar o coliseu virtual e jogar gasolina na polarização ideológica que incendeia o Brasil, tão nociva quanto a pandemia viral.

Em qualquer país minimamente descente, o emissário estaria atrás das grades.

No Brasil, porém, foi catapultado a categoria de “mito”.

Bolsonaro merece repúdio e impugnação; seus pistoleiros digitais, muito deles nossos amigos e familiares, só pena.

Se o lema é “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, precavendo o país de mais um degrau do inferno, sugere-se:

Renuncie, presidente!

Luis Gustavo Reis

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