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Alckmin não fará campanha no Nordeste

Só pode ser uma estratégia para tirar votos de Lula do Sul e Sudeste.

Esse é o chuchu

Alckmin tira Nordeste do roteiro

A chapa PSDB-Centrão resolveu investir no eleitorado dos estados do Sul e Sudeste, pelo menos na primeira fase da campanha.

Além de recuperar os votos que ameaçam ser levados pelos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (Podemos), o candidato Geraldo Alckmin encontra dificuldades para penetrar no Norte e Nordeste, onde os partidos integrantes do bloco – Democratas, PR, PP, Solidariedade e PRB – se dividem entre o apoio ao PT, com Luiz Inácio Lula da Silva ou Fernando Haddad, e ao PDT, com Ciro Gomes.

Ontem, primeiro dia oficial de campanha, Alckmin passou o dia em São Paulo, seu curral eleitoral.

E Ana Amélia, candidata a vice-presidente, foi ao Paraná, estado governado por Álvaro Dias. Ela visitou várias cidades, incluindo Londrina, onde o candidato do Podemos nasceu e iniciou sua carreira política, como vereador.

A senadora permanece em Londrina hoje, onde se reúne com empresários do agronegócio e à tarde segue para Foz do Iguaçu.

À noite, Ana Amélia segue para São Paulo, onde acompanhará o seu candidato no debate entre os presidenciáveis da Rede TV. Na manhã de sábado, terá eventos na capital. Já Alckmin passará o dia de hoje em São Paulo, onde, aliás, está desde quarta-feira.

Embora a coordenação da campanha esteja a cargo do baiano Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), prefeito de Salvador, a decisão de “abrir mão” do Nordeste foi tomada em reunião, esta semana, do conselho de líderes que integram a campanha.

Apesar de o programa de governo do candidato destinar um capítulo ao Nordeste, a avaliação do conselho é que o tempo até sete de outubro será muito curto, então, seria necessário apostar as fichas onde o ex-governador de São Paulo tem mais chances de vitória.

Além das pesquisas apontarem a preferência dos nordestinos pelos partidos de esquerda, o emaranhado de alianças nos estados mais ao norte do país complica ainda mais a logística da campanha. Além, disso, a coordenação de campanha ponderou que o Sul e Sudeste possuem colégios eleitorais maiores.

O exemplo da desordem na coligação está na própria coordenação da campanha de Alckmin, articulada inicialmente pelo ex-governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, que foi afastado, agora, por influência do senador democrata Ronaldo Caiado, desafeto político de Perillo no estado. Favorito ao Senado, Perillo diz que pediu para se afastar para cuidar da própria campanha.

No Ceará, os partidos do Centrão apoiam a reeleição do governador Camilo Santana (PT) e, para presidente, o cearense Ciro Gomes.

No Maranhão, eles também estão com o comunista Flávio Dino, candidato a reeleição.

Na Bahia, parte da chapa está com o governador Rui Costa (PT) e, para o Planalto, com o candidato petista.

A assessoria de Geraldo Alckmin não informou quando o candidato visitará a região.

Mas correligionários dizem que não há previsão, pelo menos para as duas próximas semanas.

Ana Amélia, por sua vez, não tem agenda prevista nos estados de cima. Para a próxima semana estão agendados encontros no Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sempre focando a tarefa para a qual foi convocada, de atrair para a chapa os ruralistas.

Jornal do Brasil

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