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Bebianno sublinha que trabalhou com Bolsonaro durante dois anos.

PSL gastou R$ 739 mil para obter 4.445 votos

Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria de Governo e ex-presidente do PSL, foi acusado pelo pitbull de Jair Bolsonaro — a definição é do próprio presidente –, o vereador Carlos Bolsonaro, de mentir a O Globo quando afirmou ter conversado três vezes com Jair, quando o presidente ainda estava internado no Hospital Albert Einstein.

Carlos desmentiu Bebianno com requintes de crueldade. Publicou um áudio do pai em que Jair Bolsonaro diz que não pode conversar com o ministro, a não ser numa emergência. O perfil do presidente reproduziu as duas mensagens de Carlos no twitter.

Em entrevista à TV Record, mais tarde, Bolsonaro disse que pediu à Polícia Federal que investigasse Bebianno e que o ministro poderia ter de voltar à sua origem, ou seja, sair do governo.

Mas, Bebianno disse ao blog da repórter Andrea Sadi que segue firme no cargo, que não vai se demitir.

Sublinhou: “Eu acompanhei o presidente durante toda a pré-campanha e campanha por quase dois anos, e eu acho que é hora de trabalhar”.

Caso a hora de trabalhar para ele tenha passado, será que Bebianno estaria disposto a contar o que viveu ao longo destes dois anos de convivência com a família Bolsonaro?

“Eu posso cair. Caso isso aconteça, Bolsonaro cai junto!” teria dito Bebianno a um repórter em Brasília, de acordo com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

As acusações são de que Bebianno e o atual presidente do PSL, o deputado federal Luciano Bivar, teriam gerenciado um laranjal em Pernambuco.

As denúncias foram feitas pela Folha de S. Paulo. O laranjal também teria incluído candidatos do partido em Minas Gerais.

Pelo esquema, os candidatos fantasmas receberam quantias desproporcionais do Fundo Partidário mas mal fizeram campanha e tiveram pouquíssimos votos.

Alguns transferiram dinheiro a gráficas fantasmas, o que sugere que o esquema dos líderes do PSL era usar o dinheiro do fundo partidário em proveito próprio, triangulando com laranjas.

No total, candidatos que tiveram 4.445 votos em Pernambuco e Minas receberam R$ 739 mil do Fundo Partidário; Joice Hasselmann, por comparação, recebeu R$ 100 mil do PSL e teve mais de 1 milhão de votos.

O vice General Mourão, o ministro Onyx Lorenzoni, a própria Joice, Janaína Pachoal e até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passaram pano para Bebianno — que, tudo indica, deve permanecer no governo.

Em primeiro lugar, por causa da votação da reforma da Previdência, em que o PSL precisa marchar unido.

Em segundo lugar porque sabe-se lá o que Bebianno poderia contar, demitido e investigado, sobre os verões passados de Jair, Flávio, Eduardo e Carlos, eles próprios envolvidos com seu próprio laranjal.

Tudo indica que o caso ficará na nota à imprensa do próprio Bebianno, afirmando que nem ele, nem Jair Bolsonaro têm nada a ver com isso.

Para facilitar: esquema em Minas, do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, segundo a Folha de S. Paulo:

Esquema em Pernambuco, de dois homens do alto escalão do PSL, Luciano Bivar e Gustavo Bebianno:

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