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Temer, Alckmin e centrão: tudo a ver!

UMA DUPLA DA DESTRUIÇÃO

Se o apoio do “centrão” – o bloco parlamentar conservador formado pelo DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade – chegar mesmo ao pré-candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin terá a quem agradecer.

Foi graças à pressão exercida por Michel Temer (MDB), alçado à presidência pelos mesmos personagens deste “centrão”, que o bloco resolveu aderir à campanha do ex-governador de São Paulo.

O grupo, que junto do PSDB de Alckmin votou pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e apoiou, também ao lado dos tucanos, as reformas propostas por Temer, estava divido sobre referendar ou não o ex-governador paulista na corrida pelo Planalto.

Parte do grupo cogitava apoiar Bolsonaro (PSL) ou Ciro Gomes (PDT), divisão que diz muito sobre o que norteia as decisões do grupo: puro pragmatismo eleitoral.

Temer, contudo, não queria ver o apoio do bloco pender para um desses lados. O presidente ameaçou demitir funcionários ligados a estes partidos caso eles aderissem a um dos dois. E o impacto não seria pouco: juntos, as legendas do “centrão” administram mais de R$ 153 bilhões, estando alocados nos ministérios da Saúde, Cidades e Agricultura, entre outros.

O preço do apoio do “centrão”

Além de ter de dividir uma eventual vitória com os deputados do grupo (que somam mais de 170 congressistas), distribuindo cargos em ministérios e estatais, caberá à Alckmin, agora, defender o “legado” de Temer na economia.

O tucano terá de defender com maior vigor, por exemplo, as reformas trabalhistas e o teto de gastos, bastante impopulares entre o eleitorado.

Comenta-se, ainda, que, se eleito, Alckmin poderá nomear Michel Temer para algum cargo político. Isso porque, uma vez fora da presidência, o emedebista perderá o direito ao foro privilegiado, podendo ser julgado pela justiça comum.

Pessoas próximas ao presidente já indicaram inclusive qual seria a preferência de Michel: uma embaixada na Europa.

A notícia do apoio do “centrão” foi comemorada por lideranças do PSDB. Alckmin será o candidato com mais tempo de TV, abocanhando também larga fatia dos recursos eleitorais. Resta saber, agora, se a vantagem significará também uma ascensão nas pesquisas de opinião – por ora, o tucano alcança magros 7% da preferência do eleitorado.

IG

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