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As 7 doenças e uma hipótese que são risco global de saúde

Houve muitos casos de microcefalia congênita provocada pelo zika no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou suas prioridades, como faz periodicamente desde 2015, e divulgou a lista das doenças que, por seu potencial de causar danos, os cientistas deveriam colocar no centro de seus esforços de pesquisa.
O Plano de Ação 2018 P&D trata das estratégias e planos de contingência para fazer frente à ameaça que representam uma série de enfermidades.
E identifica sete delas e uma hipótese como um risco global:
A inclusão da chamada doença X, que ainda é uma hipótese, decorre da vontade dos cientistas de estarem preparados para enfrentar o desconhecido.
De acordo com a OMS, ela “representa a consciência de que um agente patógeno atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave”.

“A experiência nos ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos”, diz o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, recordando que isso foi o que ocorreu com os vírus zika e ebola.
A partir dessa premissa, o documento da OMS pretende ser uma ferramenta “para identificar as doenças que são um risco para a saúde pública por seu potencial epidêmico e cujas medidas para combatê-las não existem ou são insuficientes”.
O vírus causador desta doença provoca surtos graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É uma enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e da Ásia.

Os principais vetores de transmissão ao ser humano são o gado e os carrapatos. Entre humanos, é possível o contágio pelo contato com sangue e outros líquidos corporais dos infectados. Não há vacina para pessoas ou animais.
A doença causada pelo ebola é grave e, com frequência, mortal. Ela já gerou diversos alertas sanitários globais – sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%.

Os primeiros surtos foram registrados em vilarejos remotos da selva da África Central e Ocidental. O tratamento precoce, combatendo a desidratação do paciente, e dos sintomas têm aumentado o número de sobreviventes, mas ela ainda segue como uma grave ameaça.
A higiene e a segurança na forma de enterrar os mortos é a melhor maneira de prevenir contágios em massa, como os que produziram o surto de 2014-2016.
Gera uma doença grave, frequentemente mortal. Uma espécie de morcego atua como seu hospedeiro e o transmite para as pessoas, que podem se contagiar entre si.

Os infectados desenvolvem uma febre hemorrágica grave, que tem uma taxa de mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola.

A doença de Marburg deve seu nome à cidade alemã de mesmo nome, onde foi registrado o primeiro surto, em 1967, causado por macacos vindos de Uganda. O vírus é endêmico da África Equatorial, e os surtos mais recentes surgiram neste continente.
Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores.

A taxa de mortalidade varia entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a febre de Lassa, e, neste mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente na Nigéria e já ameaça outros países.
O vírus que provoca o mal foi detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são tosse, febre e dificuldade para respirar.
Geralmente é acompanhada por uma pneumonia. Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais, como diarreia.

Segundo os dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à doença.
É uma forma de pneumonia provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm problemas respiratórios agudos e, nos piores casos, morrem.
O surto inicial ocorreu em 2002, em Cantão, na China, a partir de onde se espalhou para outros países asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois, entrou em remissão, mas a OMS considera ainda haver perigo.
Essa doença tem mais incidência entre animais do que entre pessoas.
Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais. Às vezes, também por picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos.

A maioria dos casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica.
Segundo a OMS, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no vale Rift, no Quênia, na África, e, “desde então, foram registrados vários surtos na África Subsaariana”.
Mas, com o comércio de gado infectado, a doença já chegou a países como Somália, Egito, Arábia Saudita e Iêmen, causando preocupação “por sua possível propagação para outras zonas da Ásia e da Europa”.
A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti.
Os pacientes têm sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça.

Sabe-se que existe uma relação causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que foram expostas ao vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é acompanhado por problemas neurológicos.
O zika continua a ter uma especial incidência na América Latina, sobretudo no Brasil.

BBC

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