Apenas uma em cada sete (14%) crianças com anomalias por zika recebeu o atendimento completo para a condição no Brasil em 2017.
Os dados se referem ao último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, criado para acompanhar a saúde de crianças brasileiras afetadas pelo vírus. O período é correspondente às semanas epidemiológicas de 1 a 52 (de 1/1 a 30/12).
No boletim cumulativo divulgado pelo Ministério da Saúde no começo de 2017 (referente ao período de 8/11/2015 a 14/01/2017), mais da metade das crianças recebia atendimento completo: 55,9%.
A diminuição no atendimento já foi observada ao longo do ano . Na ocasião, o Ministério da Saúde disse que houve uma mudança na metodologia e que era possível que os atendimentos anteriores contemplassem crianças com anomalias não associadas ao zika.
Segundo diretrizes da pasta, o ideal é que essas crianças tenham acesso à puericultura, à atenção especializada e à estimulação precoce.
Na puericultura, são feitos atendimentos importantes nos primeiros meses de vida. Nesse serviço, profissionais de saúde acompanham, por exemplo, a velocidade de crescimento do perímetro encefálico.
Na atenção especializada, crianças devem ter acesso a especialistas específicos para as dificuldades que enfrentam (respiratórias, oftalmológicas, neurológicas, por exemplo).
Já na estimulação precoce, elas frequentam serviços de reabilitação física, intelectual, auditiva, visual, entre outros.
Segundo o boletim do ministério, o Brasil teve 542 casos confirmados de crianças com microcefalia associadas ao zika em 2017. Desses:
- 14% receberam o cuidado completo;
- 18,5% tiveram acesso à estimulação precoce;
- 33,9% tiveram acesso à atenção especializada;
- 37,6% receberam atendimento em puericultura;
- 45,6% receberam algum tipo de cuidado.
No boletim referente a 11/2015 e 01/2017, 55,9% tinham atendimento completo, 64,9% recebiam estimulação precoce, 80,9% tinham atendimento especializado e 72,6% tinham atendimento em puericultura.
Monique Oliveira