O projeto de lei que amplia as possibilidades para investidores estrangeiros comprarem terras brasileiras foi desarquivado pela Câmara dos Deputados no fim de fevereiro.
Ainda não é possível afirmar se a discussão avançará de imediato, mas a movimentação da proposta demonstra que há interesse de retomá-la em algum momento, afirma Vagner Araújo, do escritório de advocacia Machado Meyer.
Um dos obstáculos à tramitação do projeto é a prioridade dada a outros assuntos que também exigem negociação política intensa, como a reforma da Previdência, afirma Paulo de Bessa Antunes, do Tauil & Chequer.
Hoje, investidores internacionais só podem comprar terrenos rurais de grande porte com autorização do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
“Apesar da restrição, nunca deixamos de ter interesse de investidores”, afirma Luciano Rossi, sócio do Pinheiro Neto.
“Ter um processo para aprovar transações não é um problema. O gargalo é não ter perspectiva de resposta. Temos casos há mais de dois anos sem previsão de resolução.”
Regras para compra de terras por estrangeiros no Brasil
Como é:
Estrangeiro não residente e empresa estrangeira não autorizada a operar no país não podem comprar ou arrendar terras
Companhia brasileira com controle estrangeiro e empresas de fora com participação brasileira devem pedir autorização ao Incra
Os argumentos a favor da liberação estão montados nna seguintes justificativas:
-Aumento de investimento externo e ampliação de financiamentos por permitir uso de terra como garantia
Argumentos contrários:
– Eventual abandono de terras por investidores estrangeiros e o risco à soberania do país
Maria Cristina Frias,
jornalista que edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.