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Dilma vai anunciar meta de desmatamento ilegal zero nos próximos dez anos

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O Brasil antecipará nesta terça-feira, em comunicado conjunto dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, parte dos compromissos que tem que apresentar em outubro, em preparação para a Conferência do Clima de Paris (COP-21), em dezembro deste ano.

Segundo uma fonte que acompanha de perto as negociações entre os dois governos, entre as metas está alcançar desmatamento ilegal zero nos próximos dez anos.

Esta é a sinalização mais importante que o Brasil poderia dar, segundo ativistas e especialistas em meio ambiente, mas tanto no Brasil quanto no exterior não esperava-se que o país pudesse dar este passo já na visita oficial aos EUA.

O comunicado será muito bom. O Brasil dará flashes de seu INDC, do compromisso voluntário que apresentará em Paris — disse a fonte.

Serão metas para depois de 2020, que é o novo ponto de partida internacional.

Perguntada se o desmatamento zero seria um dos objetivos, a fonte confirmou:

O Brasil sinalizará sua disposição de perseguir o fim do desmatamento ilegal nos próximos dez anos.

O chanceler Mauro Vieira, após jantar oferecido por Obama a Dilma e comitiva brasileira na Casa Branca, não quis antecipar detalhes, mas confirmou que o Brasil apresentará metas concretas de contribuição à contenção do aquecimento global a 2 graus Celsius entre 2020 e 2030, período que é objeto de negociação global no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).

Além disso, revelou a fonte, “os EUA farão uma declaração que nunca fizeram antes perante o planeta”.

Os americanos já anunciaram sua meta global de redução de emissão de gases poluentes para depois de 2020, no fim do ano passado, quando Obama visitou a China.

Os chineses também apresentaram sua ambição. De lá para cá, os EUA fecharam posições políticas coordenadas também com a Índia e com aos países mais ricos reunidos no G-7.

Ou seja, o Brasil era o último país importante nas negociações globais do clima que faltava indicar seu roteiro de contribuição.

Esta é uma vitória de Obama, que trabalha, doméstica e internacionalmente, para firmar um legado na área ambiental.

Um comunicado robusto na área de clima era a principal demanda dos EUA para esta visita oficial de Dilma.

O Brasil também ganha, e muito. A presidente quer resgatar o protagonismo da política externa em seu governo e o protagonismo do Brasil na arena internacional.

O país é fundamental nas negociações de clima e, segundo organizações internacionais, foi o que mais reduziu emissões no mundo nos últimos dez anos.

O Brasil cumpriu integralmente e de forma antecipada suas metas de contribuição voluntária fixadas para 2020.

— A declaração terá números e metas. Ela foi muito bem negociada entre os países e é muito sólida — disse o chanceler Mauro Vieira.

Possivelmente, junto com as metas e a declaração política, o Brasil deve corroborar a visão de que todos os países, ricos e emergentes, têm responsabilidade com a redução de emissões, ainda que de forma diferente, os dois países deverão estabelecer parcerias e cooperação em campos como eficiência energética, energias renováveis, biotecnologia e redes inteligentes.

FLÁVIA BARBOSA

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