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Encontro dos produtores de coco discute dinamização da cadeia produtiva

Cadeia produtivo do coco em simpósio

Produtores, representantes de instituições ligadas à cadeia produtiva do coco e Secretaria da Agricultura (Seagri), promoveram encontro para debater oportunidades de desenvolvimento e gargalos que impedem o crescimento da atividade na Bahia e no Brasil.

O evento aconteceu no auditório da Seagri  e algumas das ações discutidas para dinamização da cadeia produtiva foram: a verticalização da produção com alta agregação de valor, segurança na comercialização, agro industrialização, fitossanidade, crédito, assistência técnica, incremento de novas tecnologias, entre outras.

A programação contou com as palestras do presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil (Sindcoco), Fernando Porto, e de Fernando Florence, engenheiro agrônomo especialista nesta cadeia, que apresentou o Plano Estadual de Revitalização e Dinamização da Cadeia Produtiva do Coco, elaborado pela Câmara Setorial de Fibras Naturais, Subcâmara do Coco.

O Plano do Coco propõe ações focadas nos eixos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), defesa agropecuária, regularização fundiária, crédito rural, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, meio ambiente, infraestrutura e logística, comercialização, fomento à produção agrícola e agroindústria, além da organização da produção, melhoria da qualidade de produto e normatização nas diversas fases da cadeia.

O secretário Vitor Bonfim, reafirmou o compromisso com o setor produtivo, de avançar com o trabalho das câmaras setoriais.

“A nossa missão é trabalhar com afinco para consolidar uma agropecuária pujante, estruturando toda a cadeia produtiva. O desenvolvimento das câmaras é imprescindível nesse processo, porque une todos os elos da cadeia, e aproxima o setor produtivo do governo do Estado. A cocoicultura tem enorme potencial, estamos falando de um setor que emprega 240 mil pessoas, e não vamos medir esforços para cumprir o compromisso de colocar o Plano do Coco em prática”, afirmou o secretário da Agricultura.

O vice-presidente da Aurantiaca, Roberto Lessa, entregou ao secretário Vitor Bonfim o primeiro esboço do Plano Coco Bahia, elaborado pela empresa, que articula a estruturação de todos os elos da cocoicultura baiana.

“Se não plantar vai faltar coco. Esse é um plano executivo que coloca em prática o protocolo de cooperação assinado entre governo do Estado e Aurantiaca”, declarou Lessa, destacando que “a ideia é instalar escritórios itinerantes para manter o diálogo entre agricultores e instituições financeiras. Um hectare plantado dá ao produtor a possibilidade de renda mensal de R$1.300, com produtividade”.

O grupo instalou no município de Conde as fazendas Arantiaca Agrícola e a Frysk Industrial, e, além da fabricação de água de coco e sucos saborizados à base da bebida em embalagens tetra park, a indústria produz, através da fibra do coco seco, biomantas utilizadas na recuperação ambiental.

Produção

A Bahia é o maior produtor de coco do Brasil, com área plantada de 75,8 mil hectares, Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) estimado em R$ 273,5 milhões, e produção de 553.759 milhões de frutos/ano, seguido do Ceará (272.060) e Sergipe (242.852).

Apesar de ser o maior produtor nacional, o Estado ainda possui baixa produtividade e a cadeia nacional vem sofrendo prejuízos decorrentes da concorrência com produtos importados (água de coco e coco ralado) oriundos principalmente do continente asiático.

Em relação à importação do coco seco no Brasil, além de chegar com preços baixos, não segue as exigências fitossanitárias durante o processamento, transporte e estocagem.

Além disso, não existem políticas nacionais de importação alinhadas às mesmas exigências feitas aos produtores brasileiros no que diz respeito às normas fitossanitárias e leis trabalhistas. A maior ameaça atualmente é a entrada do amarelecimento letal, praga coqueiro.

A cultura do coco está concentrada nos territórios do Litoral Norte/Agreste Baiano, Baixo Sul, Litoral Sul e Costa do Descobrimento, responsáveis por 82% da área plantada e 63% da produção estadual, em 2012.

O Território de Identidade Litoral Norte/Agreste Baiano concentra 37% da produção, sendo os municípios do Conde, Jandaíra e Esplanada, os maiores produtores do Estado. Além destes polos, se destacam os perímetros irrigados de Rodelas e Juazeiro, e a Costa Litorânea do Baixo Sul e Sul da Bahia entre Ilhéus e Belmonte.

Viviane Cruz – Seagri

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