Paula Sperb publica na Folha que, ao menos desde 1973, “a soja brasileira é encarada pelos Estados Unidos como uma ‘ameaça’ às exportações americanas há pelo menos 46 anos“, com base em documento da CIA recentemente desclassificado.
Fui atrás e o documento está disponível, na internet, para ser acessado por quem quiser.
Diz, claramente, que o nosso país se tornaria o principal concorrente dos norte-americanos – e com vantagens imensas – no mercado mundial deste grão, exatamente como é hoje.
E que o mercado chinês seria decisivo nesta disputa.
No entanto, a cultura dos plantadores de soja brasileiros sempre foi de demonizar os chineses, seus compradores, e de idolatrar os norte-americanos, seus concorrentes.
Vendem em mandarim e falam em inglês, claro que esticando os erres, orrraite?
Poderiam usar a língua para ler o documento da CIA, no original, e verão que a cultura da soja só se tornou um sucesso por conta do Estado brasileiro: investimento da Embrapa em cultivares adequados, subsídios, logística…
Os arapongas americanos estavam certos: o Brasil acaba de tomar a posição dos EUA de maior produtor de soja do mundo e é o maior exportador do grão, graças aos “malditos” chineses:
O Brasil já é o maior exportador de soja do mundo, graças ao apetite chinês.
Na safra 2018/19, os chineses deverão importar 103 milhões de toneladas de soja e os brasileiros vão exportar 72 milhões.
Agora, porém, batem palmas para um energúmeno que vai até mesmo à própria CIA bajular um governo que está fechou um acordo comercial com a China onde a principal prioridade norte-americana é garantir preferência de importação da soja norte-americana em detrimento da brasileira.
Realmente merecem o bobalhão que elegeram.
Os prejuízos para o agro negócio e o país são imensuráveis.
E agora?