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Pecuaristas incentivados pelo governo continuam provocando devastação na Amazônia/ Por Sérgio Jones

Devastação na Amazônia

A denúncia feita pelo Greenpeace Brasil sobre os frigoríficos brasileiros JBS, Marfrig e Minerva que estão comprando milhares de cabeças de gado ligados ao desmatamento da Floresta Amazônica desde 2018 é válida, mas não nos surpreende. O ato incentiva a proliferação ilegal na região amazônica.

O que podemos esperar desse pessoal, tão visceralmente entranhados e envolvidos diretamente, com o agronegócio. Segundo observam os grandes jornalões brasileiros, o relatório fornece uma janela para a chamada lavagem de gado, na qual os bois criados em terras desmatadas ilegalmente são transportados entre fazendas para esconder suas origens.

Não podemos e nem devemos esquecer que a pecuária envolve um reduzido grupo de pessoas e grandes somas de dinheiro, o que faz com que os privilegiados desse setor, não obedeçam ou acatem as regras existentes, no que concerne a preservação e equilíbrio do meio-ambiente. O que tem se fazer, por parte do governo, é exercer uma fiscalização rígida voltada para dar combate aos abusos existentes. Fiscalização essa, que não existe.

Essa prática da atividade pecuária que trata dos aspectos da criação de gado é considerada como uma das principais causas do desmatamento da Amazônia, que para a tristeza do povo brasileiro e até mesmo do mundo, atingiu nível criminoso de queimadas, este ano, foi considerado como o pior, já verificados ao longo de mais de uma década.

Os noticiários apontam que estes gados teriam sido comprados pelos frigoríficos de uma fazenda Barra Mansa, no Mato Grosso, Marfrig, Minerva e JBS. Sendo que este último já foi envolvido em escândalo financeiro e ao que parece, continua a delinquir.

Os reis do gado na certeza de que não serão devidamente punidos, quando questionado pela imprensa, como de costume, se portam de maneira cínica, debochada e arrogante ao declararem que desde 2009 não compram gado de áreas desmatadas ilegalmente ou de fazendas sob embargo ambiental. E o mais curioso, é que muita gente toma tais declarações como verdadeiras.

O mais crível de toda essa malandragem e contra informação é que as mesmas são proferidas pelos próprios infratores. Quando na realidade existem relatórios que detalham como os três frigoríficos exportaram 53.256 toneladas de carne avaliadas em 267 milhões de dólares em períodos aproximadamente correspondentes às compras de gado da Barra Mansa.

Hong Kong e Emirados Árabes Unidos foram os principais consumidores, enquanto cerca de 15% dessas exportações no período foram para a Europa.

O que está faltando para que as autoridades adotem medidas punitivas que impeçam que este grupo de criminosos e predadores capitalistas continuem em sua selvageria destruindo a natureza, na busca acumulativa do vil metal? Provavelmente vergonha na cara.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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