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Educação, nossa prioridade maior.

Tem coisas no Brasil que não dá para entender. Todos sabem que um dos maiores problemas do Brasil é educação, pois qualquer país que cresceu nas últimas décadas, investiram muito em educação, como os chamados tigres asiáticos, onde o professor foi e é muito prestigiado até hoje.

No Brasil, no entanto, esta visão sempre foi e continua sendo distorcida, pois esta classe, indubitavelmente, é a que mais faz greves, que, no final, pede muito para receber sempre aquela mixaria e como é cordata acaba se calando.

Um dos alicerces da educação é a classe dos professores propedêutas, os chamados professores de primeiro grau, que, coitadinhos, me perdoem este termo, eu não quero ofender, são tão pisados que nem boca para pedirem tem mais e são os que mais sofrem com os seus salários ínfimos de sempre.

Ora, o trabalho dos professores propedêutas é tão importante como os de outras categorias, como os universitários, que são mais organizados e logo conseguem uma barganha mais satisfatória no final da luta, mas e esta classe, quem afinal reza por eles? Quem é o santo que os protege?

Vocês gostariam de serem professores propedêutas? De ministrar aulas à alunos que pouco ou nada têm de educação familiar? Você já deu ou já teve a oportunidade de dar aulas para estes “santinhos”? Vai lá!

Pois é, sem esta base inicial não existe educação final nenhuma e, no entanto, entra ano e sai ano, entra governo e sai governo e este problema é o mesmo, os nossos colegas propedêutas sempre são os esquecidos e olhe que o seu regime trabalho é severíssimo, isto sem falar que algumas escolas ficam em bocas quentíssimas onde até o capeta se benze quando entra lá.

Hoje tem algumas escolas que de vez em quando o professor toma até uns tapas de vez em quando e eu pergunto: seus salários tem periculosidade?

O que eu acho interessante é que esta briga, interminável, hoje em dia, foi entregue para os prefeitos resolverem, mas eu pergunto: se o ensino é uma prioridade nacional, porque o ministério da educação não faz convênios para ajudar nesta tarefa, a de melhorar definitivamente o nosso ensino básico, que está indo de mal a pior ladeira abaixo.

Eu pergunto: quem, hoje em dia, tem os filhos em escola pública? O que houve afinal com o ensino público no Brasil?

O que houve é que sucatearam este tipo de ensino básico e os pais, é claro, começaram a mandar seus filhos para escolas particulares mas o correto seria nós recuperarmos nossas escolas públicas, que antigamente eram mais respeitadas, embora o problema salarial sempre foi o mesmo de sempre, mas como antigamente a vida era barata, os professores se viravam e hoje?

O que se vê, então? O que se vê é que esta onda de mau ensino já está se propagando até o ensino superior onde se vê, alias bem comumente, quase formados que mal sabem escrever e uma OAB tentando fazer o papel de MEC, que se exime em tudo. Afinal, qual é o papel do MEC na educação?

A própria OAB reconhece que só dez por cento dos advogados recém-formados passam em seus exames, que olhe lá, é de múltipla escolha, como se sua profissão fosse de múltipla escolha. Médicos, já estão até importando, mas eu pergunto: até quando este povo vai ficar fingindo que governa?

Fonte: Carlos Pereira de Novaes. Professor da UEFS

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