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A AMBIÇÃO, A IGNORÂNCIA E A HIPOCRISIA

A lenda de Hiran, a mais bela de tantas que existem nos rituais maçônicos, nasceu do episódio que relata o encontro da Rainha de Sabá com o Rei dos judeus.

Toda a doutrina maçônica, considerada irrevelável, se baseia na profunda moral dos episódios bíblicos e na forma emblemática quando se reveste e revela, não sendo mais do que um convite ao estudo e a apresentação dos predicados morais dos iniciados.

Infelizmente são poucos os Maçons que conseguem assimilar as doutrinas mais profundas da Ordem. Muitos são superficiais. Conseguem falar sem praticar.

Vejamos um comportamento: Ignorância.

A ignorância levou os povos da terra ao desespero, provocando desastres, alimentando a superstição e o erro, além de paralisar os grandes vôos da inteligência.

Fato que condenou Galileu a retratar-se de joelhos; Arnaldo de Brescia à fogueira; e Damião de Góes à prisão perpétua.

Com o Papa Xisto IV estabeleceu-se o primeiro tribunal da Inquisição em Sevilha, e com D. João III, foi estabelecido em Portugal, com torturadas; pessoas sendo queimadas vivas em autos de Fé; judeus, mouros e cristãos novos sendo mortos pela vontade da Ignorância e da Hipocrisia.

Jerônimo de Praga, Giordano Bruno e Savonarola, pagaram os seus tributos com sangue.

O papa Xisto III precisava apenas de um aceno para dobrar qualquer Rei à sua vontade. E em determinada ocasião ordenou que três mil crianças fossem arrancadas de seus pais e enviadas para uma ilha equatorial, de clima mortífero, para serem purificadas pelos ensinamentos da Santa Madre Igreja. E nessa ilha todas as três mil crianças, inocentes, morreram.

Em 1490, senhora absoluta do mundo católico e com o “laissez passer” do papismo, seu aliado, fez queimar os manuscritos hebreus da Bíblia, e reduzir a cinzas a famosa biblioteca de Henrique de Aragão.

A noite de Saint-Barthelemy foi obra sua, e das mais famosas.

No fogo desapareceram também seis mil manuscritos que tratavam de Arte e das Ciências Ocultas.

 

A grande Universidade de Salamança, a mais famosa do século XV, perdeu as suas obras científicas numa fogueira cujas chamas se elevaram a mil metros de altura.

Tudo isso foi obra da ignorância, como também foi obra sua, na qualidade de irmã gêmea da Vaidade, um concurso de beleza entre monjas de Sevilha e Toledo, durante o qual essas “servas de Deus”, desfilaram perante os juízes de batina, mostrando os seus corpos e os seus encantos.

A hipocrisia desliza de mansinho e vai conquistando a confiança alheia, tornando-se a maior fornecedora de combustível para as fogueiras da Santa Inquisição que os dominicanos queimavam nas grandes praças das nações ibéricas.

Quem desejasse admirá-la, solicitava permissão nas Casas das Companhia de Jesus, antes e depois da Bula de Clemente XIV.

A “Dominus Redemptor Noster” foi mero acidente na sua carreira vitoriosa. Na terra de Pombal, por exemplo, pudemos vê-la ainda, remoçada jovem, zombando da irreverência do tempo e do clamor dos homens.

A ambição conseguiu se tornar imortal. É como a Hidra de Lerna. Por cada cabeça cortada, nascem três ou quatro.

A Maçonaria inscreveu em seus escudos de combate a morte aos três assassinos de Hiran.

Não porque alimentasse ilusões quanto à “perfeição humana”, mas porque quanto menos inimigos melhor. Contudo, nem ela escapa à infiltração dos seus inimigos mortais.

A ambição, a ignorância e a hipocrisia sabem encolher-se nos momentos próprios, mas são como certos animais do frio. Hibernam para reaparecer no calor.

Elas se adaptam a tudo, misturam-se com todos, e resistem a todos os temporais humanos.

Como Julio Cezar, na passagem difícil do Rubicon, também os maçons empregam na perspectiva de dias melhores, a célebre frase atribuída ao imperador romano por Suetonio: “Alea jacta est…” A sorte está lançada!

Tudo depende do Grande Arquiteto do Universo.

Fonte: Carlos Lima

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