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Aos iniciados aprendizes

Há duas instituições na humanidade que merecem um culto especial: uma é a religião que adotamos e a outra é a Maçonaria.

A primeira é uma questão particular de Fé; a segunda é a obra mais perfeita que o homem compôs. E nesse momento eu vos felicito por iniciar essa caminha, ligando os seus nomes a essa Instituição milenar, que prepara o ser humano para vencer nas lutas morais, políticas e sociais que todos nós temos que enfrentar.

O fato é que, desde os primórdios, – desde o berço da humanidade, quando as raças primitivas só conheciam a lei da força, quando os homens estavam à mercê dos infortúnios da guerra ou dos caprichos dos déspotas, quando a intolerância, acrescida ainda da ignorância que esfacelava a sociedade humana e dizimava os povos, – se fez ouvir a voz da redenção da nossa raça através dos pregoeiros maçônicos.

Se lançarmos nossas vistas sobre a história de todas as civilizações, sem nenhuma dúvida, a grande e decisiva atuação da Maçonaria tem um destaque decisivo na vida do ser humano, até mesmo, antes de ter a constituição que existe nos tempos atuais.

Tudo tem um início, e talvez, nesse início, estejas sem entender ou fazendo um julgamento das provas e experiências a que fostes submetidos há pouco instantes. Mas não façam deduções precipitadas.

Esses foram os primeiros passos. As provas são simbólicas. As viagens realizadas com todos os seus obstáculos e seus barulhos representam as lutas e empecilhos, as lágrimas e dores, as preocupações que encontramos no dia a dia, especialmente pela luta das paixões e vaidades que tanto mal causam ao ser humano.

Na Câmara das Reflexões vocês observaram os emblemas fúnebres, o fim de todos os seres vivos. As frases morais devem nos levar a uma meditação profunda sobre a morte e sobre a vida e conseqüentemente nos remete à fragilidade e a insignificância da nossa natureza diante do universo.

E nesse sentido me vejo na obrigação de lhes perguntar: Deixaram sepultadas ali, na Câmara das Reflexões, o vosso orgulho e a vossa vaidade? Conseguiram imaginar que na morte todos os seres vivos se nivelam?

Quando vocês entraram no Templo em trajes desalinhados, despojados de todos os metais, calçados em modestas sandálias, peito descoberto, vendas nos olhos, não pensaram que isso era para lhes expor ao ridículo, como assim pensam alguns profanos, por desconhecerem o significado e a beleza do nosso simbolismo?

Pois bem, nesse momento vou lhes explicar a beleza moral dessa entrada em nosso Augusto Templo.

Ela é, principalmente, a representação da igualdade de todas as classes, perante os nossos ideais. É o reconhecimento público que fizeram como todos nós fizemos, de que todos os homens e mulheres são iguais, apesar das diferenças.

Aqui não importa grau de cultura, de posição social, de cor ou de condição financeira. Isso não importa. O que convém saber é reconhecer, que em nossa Ordem, a nossa natureza, deve ser como um só corpo.

Por que o orgulho jamais deve fazer moradia em nossos corações, pois ele é, sem dúvida, fruto da nossa ignorância e da falta do reconhecimento do que cada um de nós deve aos seus semelhantes.

Lembram-se das vestes desalinhadas, elas estavam representando o trabalhador que vem a Oficina para trabalhar. É o símbolo do operário, do ser humano despido de luxo e de vaidade.

Quem de bom senso poderá rir de um ser humano assim, se ele é um cumpridor do seu dever.

No entanto meus irmãos, muitos riem de nós, zombam dos que aqui ingressam dessa maneira. Eles é que são verdadeiramente dignos de pena, porque desconhecem a beleza moral dos nossos símbolos e nos criticam na sua ignorância.

A luz que surgiu diante dos seus olhos quando eles foram descobertos, não significa a verdadeira luz. Ela é o símbolo da luz espiritual da verdade, da tolerância, da justiça, do direito, da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que aqui receberam e que continuarão recebendo através do convívio dessa nova família que acaba de nascer em seus corações. Todos nós somos irmãos.

Se já existia em vossas almas o clarão dessa luz, aqui, os irmãos não só poderão torná-la mais viva e mais brilhante, como também encontrara os meios mais apropriados de fazê-la brilhar com maior intensidade pelas estradas que irão percorrer conosco, daqui para frente.
A partir de agora serão nossos irmãos e, se foi o Ideal que os conduziram até aqui, certamente serão uma benção para a nossa Instituição e para vocês mesmos, porque encontrará na Grande Maçonaria Mista da Bahia todo o apoio, ensinamento e incentivo que desejares para uma verdadeira prática Maçônica.

Sejam todos os irmãos e irmãs bem-vindos. Sejam bons Maçons e soldados nesse exército glorioso da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Fonte: Carlos Lima

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