Hirokazu Kore-eda é um cineasta que impõe respeito, até aí, tudo bem, mas ele ganhou o Festival de Cannes, em maio, por um filme que não merecia a Palma de Ouro, Assunto de Família.
Se o júri presidido por Cate Blanchett tivesse feito a coisa certa, a Palma teria ido para o outro japonês da competição, Ruysuke Hamaguchi.
Ao contrário de Kore-eda, veterano nas competições de Cannes, Hamaguchi fez sua estreia com Asako 1 e 2. São dois filmes com a duração standard de um.
Acompanha essa garota que se apaixona e o amado um dia lhe diz que vai ali e já volta. Some, vira ídolo.
Ela sofre, mas – surpresa! – surge outro caRA igualziinho, praticaqmente um clone, com quem ela passa a viver, feliz da vida.
Só que o primeiro reaparece, e a crise está formada.
Embora jovem, na idade e até no estiulo, Hamaguchi já é considerado um grande, e um estudioso da alma humana.
Seus filmes muitas vezes contam a mesma história por diferentes pontos de vista. Aqui é o tempo que ele esculpe.
O tempo da juventude, e o da maturidade. Gestos, olhares, elipes. Os atores – Erika Karata e Masahiro Higashide – são excepcionais.
E tem o gato, como voce vai ver.
JB