Chegou a hora de mergulhar no cinema africano sem sair de casa! Entre setembro e novembro acontece uma nova edição do Cine África, em parceria com o CineSesc.
Organizado pela Mostra de Cinemas Africanos, o evento é gratuito e disponibiliza 12 títulos: 10 longas e dois programas de curtas. E o público assiste a tudo na plataforma Cinema em Casa, criada pelo Sesc.
Atenção: toda quinta-feira é liberado um novo filme e uma entrevista exclusiva com o diretor ou a diretora, que ficam em cartaz por uma semana.
Para mostrar uma visão diversa do continente, a curadoria de Ana Camila Esteves contemplou filmes de Burkina Faso, Camarões, Egito, Etiópia, Nigéria, Quênia, Senegal e Sudão.
A seleção privilegiou filmes produzidos no continente nos últimos cinco anos.
Essas obras já passaram por importantes festivais internacionais e permanecem relevantes – a maioria não estreou nos cinemas brasileiros.
No dia 2 de outubro, às 17h, acontece o debate “Cinemas africanos em contextos digitais”, como atração do Cinema da Vela, encontro tradicional do CineSesc. Participam a Ana Camila Esteves (Brasil), a Marina Gonzaga (Brasil/França) e o Jorge Cohen (Angola).
Para fechar o evento com chave de ouro, será disponibilizado um e-book, desenvolvido ao longo das atividades, com textos sobre o universo do cinema africano em diversos formatos: artigos, ensaios, entrevistas e críticas.
Confira a programação completa do Cine África:
“Fronteiras” (2017), de Apolline Traoré (Burkina Faso)
Quando: 16 de setembro
Gênero: drama
Duração: 91 minutos
Três mulheres de origem diferentes, Adjara (senegalesa), Emma (marfinense) e Sali (burquinense), se encontram em um ônibus na rota entre Bamako (Mali) e Cotonou (Benin).
Durante a viagem, enquanto descobrem belas paisagens de países da costa atlântica da África, elas enfrentam problemas como pane no ônibus, roubos, violência contra mulheres e o pesadelo de atravessar as fronteiras.
“O Enredo de Aristóteles” (1996), de Jean-Pierre Bekolo (Camarões)
Quando: de 17 a 23 de setembro
Gênero: comédia
Duração: 71 minutos
Em uma cidade africana, uma gangue de jovens circula pelo “Cinema África”, local onde eles assistem a uma grande quantidade de filmes de ação estadunidenses.
Eles até adotaram os nomes de seus heróis do cinema: Van Damme, Bruce Lee e Nikita.
Um dia, um cineasta entusiasta entra em cena e, com a ajuda oficial do governo, tenta exibir mais filmes nacionais e africanos. Quando fica claro que ele dificilmente vai conseguir qualquer apoio e aqueles jovens vão sabotá-lo, ele se torna um vigilante da cultura cinematográfica local.
“aKasha” (2018), de hajooj kuka (Sudão)
Quando: de 24 a 30 de setembro
Gênero: comédia
Duração: 78 minutos
Em uma área controlada por rebeldes no Sudão vive Adnan, um guerrilheiro muito dedicado que passa seus dias ao lado de uma AK-47, sempre pronto para o ataque.
No entanto, o jovem parece estar cada vez mais distraído graças aos seus sentimentos amorosos em relação a Lina. Nesse contexto caótico, dominado pela guerra civil, os dois iniciam uma inusitada história de amor, ignorando todas as possíveis consequências.
“Lua Nova” (2019), de Philippa Ndisi-Hermann (Quênia)
Quando: de 1º a 7 de outubro
Gênero: Documentário
Duração: 70 minutos
“Lua Nova”
Neste documentário, acompanhamos a diretora na descoberta de uma nova espiritualidade e no confronto às contradições e complexidades da religião que escolheu para si.
“O Fantasma e a Casa da Verdade” (2019), de Akin Omotoso (Nigéria)
Quando: de 8 a 14 de outubro
Gênero: drama
Duração: 107 minutos
“O Fantasma e a Casa da Verdade”
Bola Ogun (Susan Wokoma) é uma conselheira dedicada que media as sessões de reconciliação entre os condenados e as vítimas de seus crimes. Quando sua própria filha desaparece, a sua crença no perdão é testada.
“Rosas Venenosas” (2018), de Fawzi Saleh (Egito)
Quando: de 15 a 21 de outubro
Gênero: drama
Duração: 70 minutos
“Rosas venenosas”
Aos 28 anos, a jovem Tahya (Marihan Magdy) vive em um pequeno bairro no Cairo, rodeada de costumes religiosos e conservadores.
Seu irmão caçula possui planos de fugir para a Itália de barco, e ela se vê presa entre o desejo de querer ir junto e a responsabilidade de fazer com que ele fique.
A solução para seus problemas parece surgir por meio de um xamã misterioso que a observa constantemente.
“Madame Brouette” (2002), de Moussa Sene Absa (Senegal)
Quando: de 22 a 28 de outubro
Gênero: drama
Duração: 101 minutos
No bairro Niayes Thiokeert, uma mulher confessa ter matado o marido e todas as habitantes do local se juntam em sua defesa.
O filme segue o caminho inverso da história, desvendando o que pode tê-la feito tomar essa atitude.
Programa de curtas: “Beyond Nollywood – Sofrendo e Sorrindo” (Nigéria) –
Quando: de 29 de outubro a 4 de novembro
Duração: 99 minutos
“Nada de errado” (2019), de vários diretores (Suíça)
Quando: de 5 a 12 de novembro
Gênero: documentário
Duração: 49 minutos
“Mada de Errado”
Filmado após a morte do imigrante nigeriano Mike Ben Peter durante uma prisão em 2018, o documentário dá voz a vários imigrantes africanos em situação precária que vivem em Lausanne, Suíça.
Evocam as dificuldades do seu cotidiano, vinculadas à precariedade e ao controle policial abusivo vivenciado.
“O Preço do Amor” (2015), de Hermon Hailay (Etiópia)
Quando: de 12 a 18 de novembro
Gênero: drama
Duração: 99 minutos
“O Preço do Amor”
Um jovem taxista de Addis Ababa (Etiópia) vive uma história amorosa com uma prostituta, confronta-se com seu passado e descobre o preço do amor.
“Quartiers Lointains – Afrofuturismo” (diáspora francesa)
Quando: de 19 a 25 de novembro
Duração: 100 minutos
Programa de curtas
“Supa Modo” (2018), de Likarion Wainaina (Quênia)
Quando: de 26 de novembro a 2 de dezembro
Gênero: drama
Duração: 74 minutos
One Fine Day Films“Supa Modo” encerra a programação do Cine África
Jo, uma garota de nove anos que tem uma doença terminal, sai do hospital para viver seus últimos dias em casa com a mãe e a irmã.
Seu único conforto nesse momento difícil é sonhar em ser uma super heroína. A família de Jo e a comunidade local tentam tornar seu sonho possível.
Mostra de Cinemas Africanos
Desde 2018, a Mostra de Cinemas Africanos organiza eventos para promover a cinematografia do continente no Brasil.
A ideia é apresentar para o público as produções de cineastas contemporâneos, muitas delas com trajetórias em importantes festivais, como Cannes, Berlinale, Toronto, Veneza, Rotterdam e Fespaco (este o maior festival de cinemas africanos na África, em Burkina Faso).
Em 2019, na cidade de Salvador (BA), a equipe da Mostra criou o Cineclube Cine África, dentro da programação do Circuito Saladearte. Este ano, entre maio e julho, essa iniciativa aconteceu online, com debates pelo YouTube.
O cineclube é coordenado por Ana Camila Esteves, Jusciele Oliveira e Morgana Gama, três pesquisadoras de cinema africano que se revezam na curadoria, produção e mediação das conversas.
Cine/SESC – Cljornal