Em estudo sobre a indústria cinematográfica divulgado nesta quarta-feira (08), o número de grandes filmes de Hollywood com mulheres protagonistas aumentou consideravelmente no último ano, embora a falta de representatividade ainda seja um desafio para o setor.
Impulsionadas principalmente por movimentos como o #MeToo, #TimesUp e #OscarsSoWhite, os estúdios de cinema têm sido cada vez mais alvo de críticas por esse fator.
Cerca de 40% dos 100 filmes de grande bilheteria do ano tiveram mulheres como protagonistas, um aumento histórico se comparado com os 31% registrados em 2018.
“Vemos agora dois anos seguintes de avanços significativos no protagonismo feminino, o que indica o começo de uma mudança positiva na representatividade na indústria”, disse a pesquisadora Martha Lauzen, do Centro de Estudos da Mulher na Televisão e no Cinema da Universidade de San Diego, na Califórnia, que investiga o tema desde 2002.
Intitulado “It’s a Man’s (Celluloid) World”, ou “É um mundo de (celuloides) homens”, o estudo mostra que, embora mais filmes como “Capitã Marvel”, “As Golpistas” e “Mulherzinhas” tenham sido protagonizados por mulheres, o número mulheres representadas em cargos de liderança caiu.
“É importante ressaltar que os cinéfilos continuam tendo quase o dobro de chances de ver um personagem masculino em um cargo de poder do que assistir uma mulher nesse papel”.
A investigação mostra também que a representação de minorias étnicas por atrizes continua baixa: 68% das personagens femininas no último ano eram brancas, um pequeno aumento em comparação com 2018.
As personagens femininas também eram mais propensas a ter um estado civil conhecido, diferentemente dos colegas do sexo masculino, e eram menos propensas a ter a profissão reconhecida ou serem mostradas em seus locais de trabalho.
As atrizes eram normalmente mais jovens que os atores: a maioria das personagens femininas tinham entre 20 e 30 anos, enquanto a maioria dos homens foram representados com idades entre 30 e 40 anos.
“E poucas mulheres atingem os 60 anos” na amostra pesquisada, mostra o relatório.
AFP