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‘Dor e glória’, de Pedro Almodóvar, representará a Espanha no Oscar

Antonio Banderas e Leonardo Sbaraglia em cena de 'Dor e Glória', de Pedro Almodóvar — Foto: Reprodução/Universal

O filme “Dor e Glória”, semibiografia do diretor Pedro Almodóvar, foi selecionado para representar a Espanha na próxima edição do Oscar, anunciou nesta quinta-feira (5) a Academia Espanhola de Cinema.

Em dezembro, em data ainda não anunciada, a lista com os dez semifinalistas na categoria é divulgada. A Academia de Hollywood divulga os cinco indicados no dia 13 de janeiro de 2020; A cerimônia do Oscar será no dia 9 de fevereiro, em Los Angeles.

Pelo Brasil, o escolhido foi “A vida invisível”, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz. O filme narra a trajetória de duas irmãs cariocas nos anos 1950, com “sonhos soterrados pelo peso de uma sociedade machista”.

‘Dor e Glória’

Pedro Almodóvar viaja no tempo em “Dor e Glória”: apresenta um menino doce e inteligente em um povoado pobre do interior da Espanha, mas também coloca o espectador no mundo soturno de um diretor de cinema em crise, na luta com fantasmas do passado e vícios do presente.

O cineasta espanhol de 69 anos também viaja entre sonho e realidade. Há devaneios de reconciliação consigo mesmo e o impacto de doenças, dores, engasgos e remédios. O resultado é um percurso gostoso, melancólico e bonito sobre o mosaico de temas que apresenta um diretor dilacerado.

Antonio Banderas interpreta Salvador Mallo, um diretor de cinema aos 60 anos, envolto em crise criativa, dores no corpo inteiro e depressão. Ao ter sua obra de 30 anos atrás homenageada, reencontra um antigo amigo, um antigo amor e suas memórias de infância.

A história encerra a trilogia do desejo de Almodóvar, completada por “A lei do desejo”, de 1987, e “Má educação”, de 2004. E isso é feito com muitos elementos dos dois filmes, às vezes como referência, em outras como homenagem.

Na comparação inevitável, é fácil dizer que “Dor e Glória” é o mais biográfico da carreira. O cabelo bagunçado de Banderas e as semelhanças físicas são as menores das pistas sobre isso.

Todo o bloqueio criativo (que Almodóvar enfrentou antes de “Julieta”, em 2016) e os detalhes biográficos do diretor (doenças, relação conflituosa com a mãe, a carreira) são um pouco do diretor. “Mas não estou tão mal quanto o protagonista”, brincou no Festival de Cannes, em abril.

G1

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