A 68ª edição do Festival de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira (15) e promete manter sua postura “politizada” tanto na exibição dos filmes como nos discursos, que devem entrar no movimento contra os assédios sexuais na indústria cinematográfica.
A campanha #MeToo, criada após as dezenas de denúncias de abusos do ex-produtor de Hollywood Harvey Wenstein, deve dar o tom do tapete vermelho e, consequentemente, nos discursos no dia 24 de fevereiro, quando a premiação será entregue.
Além disso, a programação do evento conta com painéis de discussão sobre o tema e o que pode ser feito para evitar que os abusos e assédios sexuais ocorram de maneira tão frequente na indústria cinematográfica e de entretenimento.
Até mesmo uma petição para que o tapete vermelho fosse trocado pela cor preta foi lançada na internet para mobilizar os organizadores do Festival.
Urso de Ouro
A abertura do Festival contará com o longa de animação “Ilha dos Cachorros”, do diretor norte-americano Wes Anderson. O filme traz uma crítica através de um reino de cães, onde o diretor usa a fantasia para narrar o drama dos refugiados e imigrantes forçados pelo mundo.
Já no quesito filmes, neste ano, o cineasta alemão Tom Tyker será o responsável por presidir o júri da Berlinale e terá a missão de indicar o vencedor Urso de Ouro entre os 19 concorrentes.
Entre os principais destaques, está “Unsane”, filme de Steven Soderbergh, “Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot”, de Gus van Sant, e “U – July 22”, de Erick Pope.
Brasil na Berlinale
O Brasil participará em diversas categorias do evento, sendo que a coprodução “Las herederas”, de Marcelo Martinessi, disputará o principal prêmio do evento. O filme foi produzido em parceria com Paraguai, Alemanha, Uruguai, Noruega e França.
Três filmes disputarão o prêmio na “Berlinale Shorts” – “Terremoto Santo”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca; “Alma Bandida”, de Marco Antônio Pereira; e “Russa”, uma coprodução com Portugal de João Salaviza e Ricardo Alves Jr.
Na mostra “Panorama”, o mais famoso dos eventos paralelos, tem cinco longas brasileiros: “Tinta Bruta”, de Marcio Reolon e Filipe Matzenbacher; “Bixa Travesty”, de Claudia Priscila e Kiko Goifman; “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi; e duas coproduções com França e Alemanha, “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, e “Aeroporto Central THF”, de Karim Aïnouz.
Já na mostra Fórum, há o documentário brasileiro “Eu Sou o Rio”, com direção de Gabraz Sanna e Anne Santos e na “Generation”, dedicada ao cinema infanto-juvenil, a produção “Unicórnio”, de Eduardo Nunes.
Confira a lista dos concorrentes
“3 Days in Quiberon”, de Emily Atef, Alemanha/Áustria/França;
– “Season of the Devil”, de Lav Diaz, Filipinas;
– “Damsel”, de David e Nathan Zellner, Estados Unidos;
– “Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot”, de Gus Van Sant, Estados Unidos;
– “Dovlatov”, de Alexey German Jr., Rússia/Polônia/Sérvia;
– “Eva”, de Benoît Jacquot, França/Bélgica; – Daughter of mine, de Laura Bispuri, Itália/Alemanha/Suíça;
– “Las herederas”, de Marcelo Martinessi, Paraguai/Alemanha/Uruguai/Noruega/Brasil/França;
– “In the Aisles”, de Thomas Stuber, Alemanha;
-“Isle of Dogs”, de Wes Anderson, Grã-Bretanha/Alemanha;
– “Khook”, de Mani Haghighi, Irã;
– “My brother’s name is Robert and he is an idiot”, de Philip Gröning, Alemanha/França/Suíça;
– “Museo”, de Alonso Ruizpalacios, México;
– “La prière”, de Cédric Kahn, França;
– “The Real Estate”, de Axel Petersen, Suécia/Grã-Bretanha;
– “Touch me not”, de Adina Pintilie, Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França;
– “Transit”, de Christian Petzold, Alemanha/França;
– “Mug”, de Malgorzata Szumowska, Polônia ;
– “U – July 22”, de Erik Poppe, Noruega.
Ansa