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Festival de Veneza começa com novo ‘Coringa’, Polanski e drama sobre Panama Papers

Um funcionário local é visto no Palazzo del Cinema para o 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza, na Itália — Foto: Yara Nardi/Reuters

O festival de cinema mais antigo do mundo começa em Veneza nesta quarta-feira com a expectativa da participação de muitos astros de Hollywood e grandes cineastas. Mas a falta de diretoras e a inclusão de nomes polêmicos gerou críticas.

A programação do a 76ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza aposta:

Em uma aventura espacial de Brad Pitt (“Ad Astra”);

Na versão do Coringa de Joaquin Phoenix;

No drama baseado no escândalo dos Panama Papers com grande elenco (“The Laundromat”);

E na história de uma separação como destaques (“História de um Casamento”).

Após alguns anos em baixa, o evento é visto como uma plataforma de lançamento de sucessos da temporada de premiações. Foi lá que estrearam “La La Land: Cantando Canções”, “Gravidade” e “Roma”, premiados no Oscar.

Joaquin Phoenix aparece em primeira imagem do filme "Coringa" — Foto: Reprodução/Instagram
Joaquin Phoenix aparece em primeira imagem do filme “Coringa” — Foto: Reprodução/Instagram

Mas à luz do movimento #metoo, a presença de somente duas mulheres entre 21 diretores na disputa pelo Leão de Ouro, o prêmio principal, e a inclusão do filme mais recente de Roman Polanski na competição provocaram questionamentos.

Em 1977, Polanski se declarou culpado de sexo com uma garota de 13 anos em Los Angeles. O diretor franco-polonês de 86 anos fugiu dos Estados Unidos por medo de que seu acordo com os procuradores fosse revertido e ele fosse sujeitado a uma longa pena de prisão. Hoje, ele mora na Europa.

O diretor vencedor do Oscar foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por violar um código de conduta adotado em 2018 em reação a centenas de acusações de assédio ou agressão sexual contra figuras da indústria do entretenimento.

“Não sou um juiz… sou crítico de cinema. Quando vejo um filme que é realmente bom, não tenho nenhuma dúvida em trazer o filme para o festival”, disse o diretor do evento, Alberto Barbera, à agência Reuters.

“Haverá pessoas que… não compartilham a mesma opinião que eu, mas não me importo muito no sentido de que… gosto dos filmes, o único critério que posso usar ao selecionar um filme é a qualidade do filme, ou o próprio filme, e não acho que quaisquer outras preocupações deveriam entrar no processo seletivo.”

O diretor Roman Polanski chega para a exibição do filme 'Vous n'avez encore rien vu !', no 65º Festival de Cannes — Foto: AFP
O diretor Roman Polanski chega para a exibição do filme ‘Vous n’avez encore rien vu !’, no 65º Festival de Cannes — Foto: AFP

O drama de Polanski, “An Officer and a Spy”, trata do caso Dreyfus do século 19, e Barbera o classificou como “um dos melhores filmes até agora”. “Polanski é um dos últimos mestres do cinema europeu”, disse Barbera.

Alfred Dreyfus foi um oficial de artilharia francês de origem judia cuja condenação por acusações falsas de traição foi criticada por ter sido motivada por antissemitismo.

As duas diretoras na competição são Haifaa Al-Mansour, com “The Perfect Candidate”, e Shannon Murphy, com “Babyteeth”. Em 2018, só havia uma.

Ausente de Cannes devido às regras da competição, a Netflix, gigante do streaming que no ano passado conquistou o Leão de Ouro com “Roma”, volta com títulos que críticos consideraram obrigatórios.

Entre eles, os destaques são “The Laundromat”, estrelado por Meryl Streep e Gary Oldman e baseado no escândalo dos Panama Papers, e “História de um Casamento”, com Scarlett Johansson e Adam Driver.

 Reuters

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