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Filme de Polanski é sucesso apesar de pedidos de boicote

Poster de divulgação do filme "J'accuse" de Roman Polanski, em um cinema de Paris — Foto: Martin BUREAU / AFP

“J’accuse”, o último filme de Roman Polanski, sobre o julgamento do militar judeu Alfred Dreyfus, lidera as bilheterias na França uma semana após sua estreia, apesar dos pedidos de boicote ao cineasta franco-polonês, acusado recentemente de um novo estupro.

Com mais de 501 mil ingressos vendidos, é a “melhor estreia de sua carreira”, segundo o site CBO Box Office, embora os dados não estejam disponíveis para os filmes que Polanski fez antes de 1995.

Até então, sua melhor estreia na França tinha sido “O último portal” (499.344 ingressos na primeira semana em 1999), “Oliver Twist” (482.752 em 2005) e “O Pianista” (379.604 em 2002).

“J’accuse”, que narra a história de Alfred Dreyfus, acusado erroneamente de espionagem no final do século XIX na França, ganhou o prêmio do Grande Júri no Festival de Veneza.

Sua estreia na França foi marcada por pedidos de boicote depois que uma fotógrafa francesa, Valentine Monnier, afirmou à imprensa que o diretor franco-polonês a estuprou em 1975, quando ela tinha 18 anos. Polanski negou a acusação por meio de seu advogado.

O cineasta é um fugitivo da justiça dos Estados Unidos, onde em 1977 foi acusado de estuprar uma menor de 13 anos.

Por ocasião do lançamento de “J’accuse”, na internet circulou a hastag #BoycottPolanski, enquanto em alguns cinemas protestos foram organizados.

A nova acusação contra o diretor também levou seus colegas franceses a tomar medidas.

Assim, a Sociedade Civil de Diretores e Produtores (ARP) informou que, em sua assembleia geral, proporá suspender qualquer um de seus membros que tenha sido acusado pela justiça.

Nos Estados Unidos, Polanski foi expulso em 2018 da Academia de Cinema.

AFP

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