Tempo - Tutiempo.net

‘Frozen 2’ sai da neve e vai para floresta encantada, mas fica na zona de conforto;

Foto: Divulgação

A relação entre irmãos pode ser complicada, cheia de brigas e implicâncias, mas a cumplicidade costuma ser forte. No caso de Elsa e Anna, em “Frozen 2”, é fortíssima.

Depois de ser rejeitada pela irmã em “Frozen – Uma Aventura Congelante)”, Anna cria uma relação bem diferente com a rainha na sequência que já estreou nos Estados Unidos batendo recordes. A estreia no Brasil vai ser em 2 de janeiro de 2020.

Para quem não se lembra do filme de 2013, Elsa não sabia lidar com os poderes de congelar tudo e optava por ficar isolada, até de sua família.

Se a distância entre os lançamentos da Disney é de seis anos, na linha cronológica da história é de três. Tempo suficiente para as irmãs aparecerem mais maduras e destemidas.

O medo é o gatilho que une as duas histórias na franquia, mas em perspectivas diferentes. No primeiro, o sentimento deixava Elsa (Idina Menzel) paralisada por não conseguir controlar seus poderes. Neste novo ele faz com que as personagens se unam.

Anna (Kristen Bell) ganha destaque na continuação. Ela deixa de ser apenas a irmã ingênua da rainha e divide o protagonismo com seu jeito amável e determinado ao lado de Elsa.

Ambiente controlado

A Disney apresenta mais um belo filme com potencial para bater recordes, faturar bilhões de novo e talvez até aumentar o número de indicações dos estúdios de animação ao Oscar.

Vale lembrar que “Frozen” se tornou a animação de maior bilheteria de todos os tempos, mas perdeu o posto para “Rei Leão” neste ano.

Dá para perceber que tudo foi pensado, repensado, avaliado algumas centenas de vezes. Tudo está milimetricamente colocado no seu devido lugar.

Cumpre a sua missão ao ser bem elaborado visualmente e com história envolvente, mas não deixa de ser previsível. Há novidades e reviravoltas, mas as personagens centrais crescem mais ou menos da forma como se poderia esperar.

De onde vêm os poderes?

A pergunta acima é chave do novo filme. Tudo começa com um flashback de uma conversa da família, quando as meninas ainda são crianças e o rei Agnarr conta sobre o seu passado em uma floresta encantada.

A cena garante as primeiras risadas do público com as reações fofas de Anna e a primeira música da animação, “All is Found”, cantada por Evan Rachel Wood. Ela dá voz à Rainha Iduna, ou “Se Encontrar” na versão em português. O G1 esteve em uma sessão dublada do filme, infelizmente.

Rainha Iduna canta para Elsa e Anna ainda pequenas em "Frozen 2" — Foto: Reprodução/Twitter/Frozen2
Rainha Iduna canta para Elsa e Anna ainda pequenas em “Frozen 2” — Foto: Reprodução/Twitter/Frozen2

Quando voltam dessa memória infantil, Elsa governa Arendelle com tranquilidade e Anna está muito feliz, já que tem tudo que sempre quis: uma família novamente.

Vivem no castelo com elas o engraçado boneco de neve Olaf (Josh Gad), o namorado de Anna e vendedor de gelo Kristoff (Jonathan Groff) e a rena Sven.

Nova ‘Let it go’

Elsa começa a ouvir vozes misteriosas que a chamam para o norte em busca da origem dos seus poderes. É nesse contexto que a nova “Let It Go” aparece.

A rainha canta “Into The Unknown”, uma balada épica com direito a orquestra e a impressionante interpretação de Idina Menzel, atriz e cantora que dubla a rainha de Arendelle. Os vocais da cantora norueguesa Aurora deixam a música ainda mais forte.

Em português, a música vira “Minha Intuição” e perde força.

                   

A letra original é do casal Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez, mesmo compositores que venceram o Oscar por “Let It Go” em 2014, e mostra como Elsa está confusa naquele momento.

Ela quer continuar vivendo sua vidinha em paz, mas ao mesmo tempo fica curiosa para saber o motivo que leva a tal voz misteriosa a atormentá-la.

Pulga instalada com sucesso atrás da orelha. Ao final dos 3:14 minutos de música, Elsa já pergunta para o “além”: “Aonde você vai? Não me deixe sozinha, como eu te sigo rumo ao desconhecido?”.

Na trilha sonora, a música ganhou uma versão com o Panic! At The Disco. Há outras faixas que foram cantadas pela banda Weezer e pela cantora Kacey Musgraves, mas que ficam de fora na versão dublada.

Outono é sempre diferente

A partir daí, a trupe começa a viagem em direção à floresta encantada, cenário colorido e outonal muito diferente do ambiente congelado (e branco) do primeiro filme.

Para chegar na composição visual da floresta encantada, a equipe de “Frozen 2” fez viagens para Noruega e Finlândia em busca de referências. Mais de 70% da animação se passa nesse lugar místico e cheio de segredos.

Anna e Olaf em "Frozen 2" — Foto: Divulgação/Disney
Anna e Olaf em “Frozen 2” — Foto: Divulgação/Disney

A floresta estava fechado por uma neblina por mais de 30 anos. Depois que Elsa libera a passagem, o grupo passa a interagir com novos personagens.

São eles: o Tenente Matias (Sterling K. Brown), que é um soldado de Arendelle, Yelena (Martha Plimpton), Ryder (Jason Ritter) e Honeymaren (Rachel Matthews), pessoas do povo Northuldra que habitavam inicialmente a floresta.

O destaque entre os novos personagens fica, no entanto, com dois animais que contracenam mais com Elsa: a salamandra Bruni, que vira praticamente o bichinho de estimação da rainha e Knorr, o bravo cavalo de água que protege os mares.

Elsa e a salamandra em cena de 'Frozen 2' — Foto: Divulgação/Disney
Elsa e a salamandra em cena de ‘Frozen 2’ — Foto: Divulgação/Disney

Secundários mas nem tanto…

Assim como no primeiro Frozen, Olaf e Kristoff são figuras importantes para balancear o tom da história, que às vezes fica pesado.

O boneco de neve ganhou um “gelo eterno” que permite que ele viva no clima de outono e faz o público rir em vários momentos.

Já Kristoff pode ter talento para lidar com gelo, mas para pedir Anna em casamento é uma lástima. Ele tenta algumas vezes, mas acaba escolhendo as palavras e os momentos errados, para desespero dele – e alegria do público.

Gabriela Sarmento

OUTRAS NOTÍCIAS