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‘It 2’ amadurece história e fica melhor que 1ª parte

Cena de 'It - Capítulo 2' — Foto: Reprodução

Os Perdedores estão de volta. “It: Capítulo 2” estreia nesta quinta-feira (5) no Brasil com a conclusão do confronto contra o palhaço monstruoso Pennywise.

Com história passada 27 anos depois do filme de 2017, a sequência é mais madura e melhor que a primeira parte, mas a divisão entre crianças e adultos tira grande parte do terror profundo causado pelo livro de Stephen King.

Com um elenco mais velho, encabeçado por Jessica Chastain (“X-Men: Fênix Negra) e James McAvoy (“Vidro”), o “Capítulo 2” troca a nostalgia dos anos 1980 do antecessor por atuações mais competentes. Sem a necessidade de apresentar o vilão, consegue uma trama mais direta e completa.

Mesmo assim, perde muito tempo em explicações desnecessárias de um ritual pouco original e extremamente clichê. A cerimônia, nada a ver com a do livro, serve só para confundir o público e adicionar ainda mais tempo à já absurda e desnecessária duração de 2 horas e 49 minutos.

Gangue reunida

Depois de interromper o ciclo de terror causado pela Coisa (também conhecido como Pennywise, ou Parcimonioso), o grupo dos perdedores precisa se juntar novamente e derrotar de vez a criatura maligna e seus próprios medos.

Quase 30 anos mais velhos, eles lutam para recuperar suas memórias do episódio e a confiança uns nos outros, em meio às alucinações causadas pelo monstro.

O elenco mais experiente, que ainda conta com Bill Hader (“Barry”) e Isaiah Mustafa (“Shadowhunters”), segura bem a energia da trama mesmo em seus momentos mais arrastados.

Mas doutor, eu sou o Palhaço

Mesmo entre as novidades, o destaque maior é Bill Skarsgård, que melhora sua atuação como o palhaço ao deixá-la um pouco mais sutil. A ira e o desprezo de Pennywise ficam ainda mais acentuados em contraste com suas cenas mais controladas.

Algumas decisões – erradas – da trama potencializam a força do vilão. Com um elenco tão talentoso, é difícil de entender por que o roteiro de Gary Dauberman, da trilogia da boneca possuída “Annabelle”, escolha separá-los tanto.

É como se o próprio Pennywise assumisse o comando e soubesse que seus inimigos são mais fortes juntos. Tudo bem que parte de seu plano é manter o grupo afastado, e o confronto final tenta aprofundar seus medos ao fazê-los enfrentar individualmente cada um dos traumas, mas duas oportunidades se perdem.

A primeira é a de ver mais da bela química criada pelos atores, em especial entre o carismático Hader (que já deveria ter virado um astro do cinema) e os demais.

A segunda, e até mais importante, é a de reforçar a mensagem do livro, tão presente na carreira de King, sobre a força da amizade.

O espetáculo final de efeitos não deixa de ser empolgante ou até emocionante, mas às vezes perde o controle sobre o estudo psicológico dos heróis para mostrar mais um efeito especial.

Efeitos ou sustos e diversão não faltam. O que falta, no final das quase três horas de filme, é a sensação de ter visto algo com a alma e a profundidade do livro.

 G1

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