Nesta sexta-feira (8), comemora-se o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial no Brasil,o um dia propício para uma boa sessão de cinema que marque o 75º aniversário da queda da Alemanha nazista.
O filme “Caminho para Berlim”, de 2015, conta a história de um inexperiente tenente do Exército Vermelho, Ogarkov, condenado ao pelotão de fuzilamento pelo seu próprio comandante, por ter demonstrado covardia durante um ataque alemão.
O jovem soldado Dzhurabayev é encarregado da ingrata missão de escoltar o agora prisioneiro Ogarkov, seu compatriota soviético, rumo à execução.
Apesar da estratégia soviética de guerra não permitir “nem um passo atrás”, nossos heróis deverão ir juntos até o comando central do exército, longe da linha do front.
Mas, como parte de um povo unido pela tragédia da guerra, estão também a caminho de Berlim.
Na jornada pelas estepes russas, em plena guerra, no ano de 1942, nossos heróis forjam uma parceria inesperada, na qual “os olhares desconfiados vão dando lugar a uma relação de respeito”.
“O filme trata do aprendizado em um contexto extremamente difícil.
Um personagem transforma o outro – ninguém sai ileso dessa experiência”, disse o crítico de cinema Igor Oliveira.
Para Oliveira, “Caminho para Berlim” reúne de maneira única “cenas alucinantes de ação” com “densidade poética”.
Um dos personagens do filme é da etnia cazaque, e o outro, da etnia russa. O contato entre esses dois povos, na época unidos em um só país, a União Soviética, permeia a história de “Caminho para Berlim”.
“Os personagens são muito jovens, praticamente dois meninos, que passam por um rito de passagem forçado”, disse Oliveira. “Isso é impactante, porque não há nada mais oposto à guerra do que a infância.”
Filmado em 2015 pelos estúdios Mosfilm, o filme impressiona “pela qualidade técnica” e “pela fotografia”, diz Oliveira.
“A paleta de cores do filme é linda: une o tom da paisagem das estepes russas com o dos uniformes cáquis dos soldados.”
Dirigido pelo diretor Sergei Popov, sob os olhos atentos do produtor Karen Shakhnazarov, o livro é baseado no romance “Dois na estepe”, do escritor soviético Emmanuil Kazakevich e nos diários de guerra do poeta Konstantin Simonov.
Ana Livia Esteves