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60 anos de conhecimento na Engenharia podem ser destruídos em meses

Pedro Celestino

Pedro Celestino Pereira, candidato de consenso à presidência do Clube de Engenharia – uma instituição, às vésperas de completar 135 de uma história em favor da liberdade e do desenvolvimento do Brasil – definiu muito bem o que a insanidade que envolve o processo – necessário – de apuração dos abusos na Petrobras pode causar: o desmantelamento da capacidade técnica do país no setor da construção civil pesada.

Em entrevista na Globonews, que reproduzo abaixo, Celestino diz que “estamos diante do risco de perdermos um patrimônio tecnológico acumulado ao longo de 60 anos” .

– E (perderemos) um milhão de empregos se este setor for desmontado.

Celestino não é um governista acrítico, tanto que há mais de um anoapontava  o erro do governo Lula de ter mantido, na Petrobras, parte dos mesmo esquemas que vinham de Fernando Henrique Cardoso e, até, de antes dele. Mas não se iludia, já em abril passado e afirmava que as deformações existentes na petroleira eram  noticiada “apenas quando convém aos grupos interessados em destruí-la”.

E não faz, de novo, agora, uma análise rasa dos problemas do setor, apontando as medidas necessárias ao saneamento da empresa, que não podem ser confundidos com o simples abandono dos projetos onde houve desvios, mas que se encontram semi ou quase cocluídos.

– Não adianta matarmos o mosquito da corrupção e deixarmos as larvas que os geram ficarem vivas.

Assista e veja como ainda existe, na inteligência técnica do Brasil, quem consegue ver além da superfície e não confundir moralidade com um moralismo histério e, por isso mesmo, destruidor.

Fernando Brito

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