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Cineasta critica série de TV sobre Marielle

Sabrina Fidalgo e Marielle Franco (Foto: Reprodução | Mídia Ninja)

 A cineasta Sabrina Fidalgo, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo,  critica a a roteirista Antônia Pellegrino, que escalou o diretor José Padilha para dirigir o seriado sobre Marielle Franco. “O oportunismo e a ganância na corrida de “quem leva mais” com a tragédia da vereadora chegaram em seu nível máximo”.

“No dia internacional da mulher, Antônia Pellegrino, a roteirista, co-criadora da plataforma feminista “Agora é Que São Elas” e companheira do deputado federal pelo PSOL, Marcello Freixo, concedeu entrevista a UOL para justificar o injustificável; a infeliz escolha de José Padilha ( “Tropa de Elite 1 e 2” e da série “O Mecanismo”) como diretor do projeto da série ficcional “Marielle Franco”, criada pela própria  Antônia. O projeto é uma co-produção  da sua produtora  “Antifa Filmes” (ironicamente nome inspirado na corruptela em alemão de  “Antifaschistische Aktion”” = ação anti-fascista, movimento da esquerda surgido na Alemanha precedendo a ascensão do Nazismo) com a Globoplay, que visa exibir a obra na plataforma streaming”, escreve Sabrina.

“Ao todo, são três  profissionais brancos a frente do projeto de série sobre a vida da maior ativista negra brasileira da contemporaneidade.”, aponta.

“José Padilha, é o diretor da narrativa que romantizou e naturalizou nas telas de cinema a violência policial na franquia “Tropa de Elite 1 e 2”. Já em “O Mecanismo”,  série produzida para a Netflix, Padilha viria a exaltar a figura do juiz Sergio Moro, da operação “Lava Jato”, e que, após a eleição de Jair Bolsonaro, se tornaria o grande defensor das milícias (a mesma que, tudo leva a crer, tem envolvimento direto no crime que ceifou precocemente a vida da vereadora)”, relembra a cieasta.

“Na noite da execução de Marielle, Padilha e convidados brindavam, por entre os salões do Copacabana Palace, a estreia da primeira temporada de “O mecanismo” na Netflix”.

“O oportunismo e a ganância na corrida de “quem leva mais” com a tragédia da vereadora carioca chegaram em seu nível máximo de crueldade; Marielle, nessa história toda, está sendo executada pela segunda vez”, diz ela.

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