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Nova leva de independentes

Silvestre Lucas

A música independente brasileira está com uma produção cada vez maior, diversificada e fortalecida. O Festival Levada, que recebe artistas com este perfil, pode comprovar isso através de seu próprio crescimento, incluindo palcos no Centro e na Zona Norte. A sétima edição do evento terá 12 shows no Teatro Ipanema, Teatro Sesi, no Centro, e Centro da Música Carioca, na Tijuca. “Nosso desejo é democratizar cada vez mais o acesso ao festival. A edição anterior, na Tijuca, foi um sucesso e este ano incluímos também o Centro com o Teatro do Sesi, que já tem uma tradição de shows com o tipo de artista que escolhemos”, diz Julio Zucca, coordenador geral do festival.

A primeira leva começa hoje, às 21h, em Ipanema, com o show do carioca Kassin, que faz show de lançamento de “Relax”. Nas semanas seguintes, se apresentam Muntchako (Brasília), Illy (Salvador) e Trombone de Frutas (Curitiba). A partir de 7 de junho, os shows serão no Sesi, com A Banda Mais Bonita da Cidade e Mulamba, de Curitiba; Alzira E, de Mato Grosso do Sul, e Laura Lavieri, de São Paulo. E em julho, na Tijuca, será a vez de Ayrton Montarroyos (Recife), Luê (Belém), Romulo Fróes (São Paulo) e Pietá (Rio de Janeiro).

“Ao longo dos anos, o Levada se consolidou como uma grande plataforma para apresentar novos artistas ao público carioca e também para discutir os caminhos da música independente no Brasil. A evolução tem acontecido, principalmente através das diferentes formas de nos comunicarmos com o público”, diz Julio. Agora, além da divulgação nas redes sociais, o festival está com um canal de vídeos, músicas, fotos e entrevistas.

“A grande novidade é que o segundo dia de show de cada artista terá transmissão ao vivo pela internet. Esperamos, com isso, atender ao público da região de origem dos artistas, que poderão acompanhar, em tempo real, a apresentação de seus conterrâneos no Rio”, conta o coordenador. Sobre a presença de artistas de diversos pontos do país no festival, o curador Jorge Lz informa que o festival sempre teve o cuidado de trazer representantes de todas as áreas: “Desde a primeira edição do Levada, tivemos a preocupação de trazer, pelo menos, um artista de cada uma das cinco regiões do país, para que tivéssemos um panorama, ainda que pequeno, do que está acontecendo fora do eixo RJ-SP”.

Ele garante que a qualidade do trabalho é o principal critério na hora da escalação dos artistas. “Procuro fazer uma mescla dos que nunca tiveram a oportunidade de se apresentar com uma boa estrutura no Rio e outros um pouco mais conhecidos. Nesta edição, chegamos ao total de cem nomes, sem nunca termos repetido alguém, o que prova o quanto a produção contemporânea é grande e talentosa”, acrescenta o curador.

A programação do Levada no Teatro Sesi destaca-se pela participação quase exclusiva de mulheres. “Não foi uma coisa pensada. Na verdade, isso se deu mais por uma questão de encaixe de agendas. De qualquer forma, acabaríamos um dia chegando nisso, pois a produção feminina tem crescido bastante. A gente sabe que o meio musical sempre foi bastante machista, mas, aos poucos, este quadro está mudando. Este ano, por exemplo, das 12 atrações, quatro são mulheres, três homens e cinco bandas, das quais três trazem mulheres na linha de frente ou em sua totalidade. No que depender do Levada, esse espaço estará sempre garantido!”, afirma Jorge.

MÔNICA LOUREIRO

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