Tempo - Tutiempo.net

Portela promete mostrar na avenida o fascínio de viagens e viajantes

Escola de Samba Portela viagens e viajantes

O enredo No voo da Águia – uma viagem sem fim vai levar, para a Marquês de Sapucaí, uma Portela moderna e divertida. Quem garante é o carnavalesco Paulo Barros, um dos mais destacados do carnaval carioca.

“Acho fundamental a gente preparar um desfile que seja divertido e que o público participe, tenha surpresas, independente delas serem reveladas ou não, não importa, mas o público pode esperar uma Portela alegre e competitiva”, indicou.

Considerada, junto com a Mangueira, uma escola tradicional no Rio, para Paulo Barros, isso não significa que a azul e branco tenha parado no tempo.

“Esse discurso de tradição vem muito mais de fora do que de dentro”, disse ele, que lembrou que pra vencer, é preciso inovar: “A Portela é uma escola tradicional, mas ela tem uma sede de ganhar o carnaval e entende que, para isso, tem que se modernizar”.

Paulo Barros foi contratado este ano para desenvolver o enredo da escola e, com isso, teve a honra e o prazer de conviver com a Velha Guarda, que muitos dizem ser resistentes à modernidade. “Eu apelidei de Jovem Guarda. Eles são tão jovens, tão modernos, tão receptivos.

Eu não tive nenhum problema com relação a nada aqui na Portela. Toda esta história de que a Portela é uma escola de ranço, tradicional é uma coisa pesada, cheia de manias, isso não é verdade”, disse.

O carnavalesco também lembrou da disposição da Velha Guarda. “Eles querem disputar o carnaval e ganhar. Isso está muito claro para mim”, disse.

O compositor Monarco, uma das referências da Portela, comemorou a chegada do carnavalesco e sua aposta em um desfile moderno e inovador. “O nosso desejo é ver a Portela nos píncaros da glória e não ver a Portela naquela mesmice de uns carrinhos alegóricos, um destaquezinho lá em cima. Não.

Nós queremos ver uma Portela explosiva e chegar na avenida com uma águia bonita e arrebatar o povo como víamos antigamente. A chegada do Paulo Barros foi uma alegria. Eu fico feliz, como os nossos companheiros da Velha Guarda, porque o nosso papel é ver a nossa escola brilhar.

E se ele veio para somar e levar para frente e dar glória à Portela, não tem porque a gente não ficar alegre e apoiar ele. Nós não somos rabujentos. Não tem como se meter na criatividade dele, deixa ele trabalhar”, disse

Tia Surica, outra figura de destaque da Velha Guarda reforçou o discurso. “Paulo Barros está fazendo um carnaval digno. Ele não fugiu da tradição, graças a Deus deu tudo certo. Agasalhamos ele com todo carinho. Virou um filho adotivo. Se depender de mim ele continua, mas não posso responder por terceiros”, disse ela, que também não se conforma com a fama de que a Velha Guarda impede inovações no desfile: “Isso tudo é rebate falso, intriga da oposição”.

Para o carnavalesco, o desafio de um bom resultado no desfile também depende, em grande parte, do desempenho de todos os integrantes da escola.

“Não sei se a gente vai ganhar, mas a gente se preparou para isso e para ser competitivo. Mas isso não depende só de mim. Depende das 3,8 mil pessoas, que devem fazer o seu papel. Eu não faço a mágica sozinho. Preciso de todos os segmentos da escola, para que todos pontuem. A partir disso é que a gente disputa o carnaval. A responsabilidade artística, tudo bem, é comigo mesmo, mas a responsabilidade técnica do desfile pertence a todos nós, a toda Portela”, contou.

Assim como outras escolas do Rio, a Portela enfrentou dificuldades e atrasos com a liberação de recursos no ano passado. Para o carnavalesco, o calendário de liberação atrapalha o planejamento do desfile.

“Você perde março, abril, maio e junho. São praticamente quatro a cinco meses parados. O carnaval hoje consome 11 meses. A gente acaba o carnaval fica praticamente um mês parado e imediatamente já começa um projeto novo. E a gente fica de quatro a cinco meses parado, esperando a disponibilidade de dinheiro para começar o carnaval”, criticou.

Voo da águia

No desfile deste ano, o símbolo da escola – a águia – vai conduzir o público a uma grande e variada viagem: pela história da humanidade e pela imaginação dos viajantes, que gostam de se arriscar no deserto, em florestas sombrias e geleiras. A procura por mundos perdidos e a busca por tesouros, por causa da cobiça e da ambição, também fazem parte do passeio.

OUTRAS NOTÍCIAS